Era uma segunda-feira, 4 de setembro de 2023. Onde você estava quando o Vale testemunhou a fúria do Taquari?
O dia cinza e chuvoso começava com alertas da Defesa Civil para chuvas intensas, enchentes e possibilidade de deslizamentos de terra.
Porém, a magnitude do desastre que estava por vir superou todas as previsões. O Rio Taquari, em uma rápida elevação, invadiu cidades, destruiu lares e deixou uma trilha de destruição que se solidificou na paisagem regional.
Nas primeiras horas, enquanto a chuva não cessava, comunidades já começavam a ficar ilhadas. Rios e arroios transbordavam de seus leitos, transformando ruas em cursos d’água.
Casas submersas, e a água que, outrora nunca havia atingido o segundo piso, subiu até o terceiro, e foi no alto dos telhados onde muitos encontraram sobrevivência.
Uma madrugada de gritos ensurdecedores clamando por socorro.
54 vidas foram perdidas, milhares ficaram desabrigados, cidades inteiras afetadas.
Frente ao caos, a solidariedade como um sinal de esperança: voluntários, cidadãos comuns, se uniram. Para resgatar aqueles isolados pelas águas; e também os que vieram de mais longe, trazendo trabalho, conforto e esperança.
Um ano depois, a cicatriz da primeira, da sequência das quatro maiores enchentes, ainda é visível. E neste um ano depois, a dor e a lembrança permanecem vivas.
O que foi feito desde então? As lições, aprendidas? As ações, concretas?
Embora a solidariedade e a resiliência da nossa gente seja admirável, a reconstrução das cidades e a proteção contra futuros desastres exigem mais do que o esforço individual.
Dada a limitação de recursos e capacidade dos municípios, é fundamental seguir cobrando ações concretas e recursos, dos governos Estadual e Federal, para a nossa reconstrução.
O que está sendo feito para prevenir que tragédias como essa se repitam? Essas respostas não podem esperar mais um ano.
E então, onde você estava? E onde estaremos daqui para frente?