Conforme publicado pela Agência Brasil, o governo brasileiro aguarda a formalização da taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para se manifestar oficialmente sobre o tema e anunciar possíveis medidas de resposta. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10).
O governo brasileiro optou por aguardar uma decisão concreta antes de se posicionar, para evitar mal-entendidos ou reações prematuras a anúncios que possam ser revisados ou alterados. “O governo tomou a decisão de só se manifestar, oportunamente, com base em decisões concretas, e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”, afirmou Haddad.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de aço, e o Brasil ocupa a segunda posição como maior fornecedor desse produto ao país norte-americano, perdendo apenas para o Canadá. Em 2023, 49% do aço exportado pelo Brasil teve como destino o mercado norte-americano, segundo dados do Instituto do Aço Brasil. A possível taxação, portanto, representa um impacto significativo para o setor de exportação do país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre a questão, durante entrevista a rádios mineiras na semana passada. Ele defendeu o uso da “lei da reciprocidade” e afirmou que, caso os Estados Unidos aumentem a taxação sobre os produtos brasileiros, o Brasil tomará medidas similares em relação aos bens norte-americanos. “Se ele e qualquer país aumentar a taxação do Brasil, nós iremos taxá-los também”, afirmou Lula.
O governo brasileiro, no entanto, ainda não discutiu oficialmente a possibilidade de retaliação, como a taxação de grandes empresas de tecnologia, como Google, Meta e X. Segundo Haddad, qualquer decisão sobre o assunto dependerá das medidas efetivamente implementadas pelos EUA e da orientação do presidente Lula.
Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump impôs tarifas sobre aço e alumínio, mas posteriormente concedeu cotas de isenção para países parceiros, como Brasil, Canadá e México. De acordo com dados da Administração de Comércio Internacional do governo dos EUA, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos em 2024.
O governo brasileiro, portanto, aguarda a oficialização da medida por parte dos Estados Unidos para avaliar a situação e decidir suas ações, com o intuito de mitigar o impacto nos custos das exportações para aquele país.