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Pesquisa revela que 68% da população participa de algum tipo de aposta ou jogo de azar

Em um cenário onde as apostas e os jogos de azar ganham cada vez mais espaço no cotidiano dos brasileiros, uma pesquisa inédita da Hibou, empresa de pesquisa, monitoramento e insights de consumo, traz à tona informações sobre as motivações, comportamentos e desafios enfrentados pelos apostadores no Brasil. Realizada entre 7 e 9 de agosto de 2024, com 2.839 brasileiros de todas as classes sociais, a pesquisa revela que 68% da população nacional participa ativamente de algum tipo de jogo de azar.

Para Lígia Mello, CSO da Hibou e responsável pelo levantamento, é impressionante observar como as apostas permeiam a vida dos brasileiros, seja por diversão, ganho financeiro ou até mesmo pela influência de amigos e familiares. “Esse estudo nos ajuda a entender o impacto cultural e econômico que os jogos de aposta têm no País”, afirma

Cultura de apostas

As loterias aparecem como a escolha mais popular entre os apostadores brasileiros, com 47% dos entrevistados afirmando que jogam nessa modalidade. “A loteria é uma tradição profundamente enraizada na cultura brasileira. Muitas pessoas veem nela uma oportunidade não apenas de ganhar dinheiro, mas de sonhar com uma mudança de vida. Aqui o brasileiro almeja grandes prêmios”, ressalta Ligia.

Em seguida, vêm as rifas (25%), apostas esportivas conhecidas como “bets” (11%), bingo (10%), e o cassino online, com destaque para o jogo “Tigrinho” (8%). Entre os apostadores, 53% afirmaram que já gastaram mais do que ganharam em todas as modalidades em que participaram. A pesquisa também revelou que apenas 2% dos apostadores se consideram viciados, mas 16% já enfrentaram problemas financeiros devido às apostas, com alguns recorrendo a empréstimos de amigos, familiares, bancos e até mesmo agiotas para cobrir as perdas.

Propagandas e influenciadores

As propagandas desempenham um papel importante no comportamento dos apostadores, com 42% afirmando ver anúncios de jogos de apostas na TV, 33% no Instagram e 19% são impactados por influenciadores. A influência da mídia é particularmente alta, sendo que 19% dos apostadores relataram um nível alto de influência das propagandas em suas decisões de apostar.

Bets esportivas

As apostas esportivas, conhecidas popularmente como “bets”, têm ganhado espaço no Brasil, com 11% dos apostadores dedicando-se a essa modalidade. Entre os principais fatores que influenciam a escolha da casa de apostas estão a recomendação de amigos e familiares (32%), a reputação da casa (31%) e o fato de a marca ser patrocinadora de seu time de futebol (31%). A pesquisa indica que 71% dos apostadores se sentem mais inclinados a apostar quando o time que torcem é patrocinado por uma marca de apostas.

“As apostas esportivas, especialmente aquelas feitas em plataformas de ‘bets’, refletem o quanto o esporte e o entretenimento estão ligados aos desejos pessoais dos brasileiros. O patrocínio esportivo influencia diretamente o comportamento dos apostadores, mostrando que a confiança e o engajamento emocional com um time têm um papel crucial nas decisões de aposta”, comenta a CSO.

O Tigrinho

Outro dado relevante da pesquisa diz respeito ao jogo “Tigrinho”, que lidera entre as opções de jogos de cassino online, sendo a preferência de 69% dos jogadores desse segmento. Os apostadores que jogam o “Tigrinho” são também os que mais gastam e passam tempo jogando. 50% dos entrevistados gastam entre R$10 e R$50 por rodada, e 34% investem até entre R$ 200 e R $500 por mês nessas plataformas.

Não-apostadores

Entre os 32% dos brasileiros que não participam de jogos de apostas, os principais motivos são a falta de confiança na honestidade dos sistemas de apostas (44%), a falta de dinheiro disponível (30%), e a ausência de exemplos de ganhadores em seu círculo social (25%). Dentre eles, 88% acreditam que esses jogos podem viciar, e 69% consideram os cassinos online como a modalidade mais perigosa nesse aspecto. Além disso, 65% dos não-apostadores conhecem alguém que já se endividou por causa das apostas, sendo que 27% desses problemas financeiros permanecem sem solução.

Perspectivas e regulação

A pesquisa também abordou a percepção dos não-apostadores sobre a regulação dos jogos de apostas. 73% acreditam que as empresas de jogos deveriam pagar mais impostos, enquanto 39% acham que a legalização e regulamentação do jogo traria mais segurança para quem aposta. As informações são do jornal O Tempo.

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