A estação Dome Fuji AWS na Antártida capturou a atenção dos cientistas e curiosos pelo clima ao registrar o valor impressionante de 82,1ºC abaixo de zero, marcando a menor temperatura deste ano observada em todo o mundo.
Este recorde se aproxima bastante do mais baixo já observado nessa estação que foi de 82,9ºC em 2014.
Ao falarmos de temperaturas extremas, é predominante associar o Polo Sul com marcas que raramente são encontradas em outras partes do globo.
Tais marcas se devem, em grande parte, à sua elevada altitude e a proximidade com o Polo Sul do planeta, tornando a região a mais fria da Terra.
Importância do recorde de temperaturas na Antártida
Entender o comportamento das temperaturas na Antártida não é apenas uma questão de curiosidade científica, mas também uma peça chave para compreender as mudanças climáticas globais.
Ainda que a Antártida não apresente um aquecimento tão acelerado quanto o Ártico, suas alterações térmicas podem oferecer insights valiosos sobre o progresso das mudanças climáticas.
Detalhes sobre a menor temperatura já registrada
O recorde oficial de menor temperatura já registrada foi da estação Vostok, também na Antártida, com impressionantes 89,2ºC abaixo de zero em 1983.
Esses números são tão extremos que a simples tentativa de respirar neste ar gelado poderia causar sérios danos pulmonares.
Este tipo de ambiente mostra o quanto o ser humano ainda é vulnerável diante da força da natureza.
Como os cientistas monitoram essas temperaturas extremas?
Devido à vastidão e às condições hostis da Antártida, nem todas as áreas são cobertas por estações meteorológicas.
A alternativa encontrada pela comunidade científica foi o uso de dados de satélite.
Entre 2004 e 2016, pesquisadores usaram informações do instrumento MODIS dos satélites Terra e Aqua da NASA, além de outros satélites da NOAA, para mapear as temperaturas antárticas durante o inverno do Hemisfério Sul.
Esses estudos revelaram que em uma extensa área do planalto antártico, a mais de 3500 metros acima do nível do mar, as temperaturas da superfície frequentemente caíam abaixo dos -90ºC.
Curiosamente, essas medidas mostraram que mesmo com o frio extremo e umidade quase inexistente, o leve aquecimento gerado pelo próprio calor da Terra ainda desempenha um papel crítico, impedindo que as temperaturas desçam ainda mais rapidamente.
É crucial que continuemos a observar e estudar esses extremos climáticos.
Cada dado coletado ajuda a preencher as lacunas em nosso entendimento sobre o sistema climático da Terra e suas complexas interações.
Enquanto isso, a Antártida permanece como um dos maiores enigmas e guardiões de segredos do equilíbrio climático global.