O planeta atingiu uma temperatura recorde em 2023, evidenciando as crescentes mudanças climáticas com sérias consequências. Essas alterações intensificam eventos climáticos extremos, claramente influenciados pela atividade humana.
Embora seja arriscado atribuir cada evento extremo diretamente às mudanças climáticas, a especulação de que o temporal em Porto Alegre na terça-feira foi influenciado pelos processos climáticos globais relacionados à atividade humana carece de um estudo de atribuição criterioso.
Mesmo especialistas renomados em mudanças climáticas alertam contra a atribuição indiscriminada de eventos extremos à influência humana, destacando a persistência da variabilidade natural no clima. O temporal na capital gaúcha, ocorrido apenas 48 horas antes, exemplifica essa complexidade.
A história climática do Rio Grande do Sul revela uma longa tradição de temporais severos, como o devastador ocorrido em Porto Alegre em 5 de dezembro de 1923. Esses eventos, inerentes à região, não devem ser automaticamente associados às mudanças climáticas, pois fazem parte da variabilidade natural do clima.
O fenômeno El Niño, presente no Oceano Pacífico e que aumenta o risco de temporais intensos no verão de 2024 no Rio Grande do Sul, é igualmente um aspecto da variabilidade natural que existe há milhares de anos. Por exemplo, contribuiu para a catastrófica enchente de 1941.