O boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul, divulgado nesta quarta-feira, 25, aponta que outubro deverá ser marcado por chuvas acima da média, especialmente na metade norte do estado. As temperaturas também devem ficar abaixo da média, com chances de geadas tardias e risco elevado de granizo.
A meteorologista Loana Cardoso, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, destaca que, até a metade de outubro, o estado pode enfrentar episódios de chuvas volumosas. Contudo, o último trimestre do ano deve ser influenciado por um La Niña de fraca intensidade, resultando em precipitações ligeiramente inferiores ao esperado para novembro e dezembro, quando também são previstas temperaturas máximas elevadas e ondas de calor.
Para as culturas de inverno, como trigo e cevada, Loana alerta sobre a necessidade de atenção redobrada em relação a doenças fúngicas devido à umidade alta prevista para outubro. Já para a orizicultura, é recomendado que os produtores assegurem a captação e armazenamento de água, uma vez que as chuvas devem ser abaixo da média nos meses subsequentes.
O boletim também destaca a importância de adequar as áreas de lavoura para a próxima safra, promovendo o preparo e a sistematização do solo. No que diz respeito às culturas de verão, a meteorologista orienta um escalonamento da época de semeadura, priorizando cultivares de ciclo longo antes das de ciclo médio e precoce.
Além disso, Loana enfatiza a relevância de monitorar a fruticultura, que está em fase de brotação e início da frutificação. A recomendação é para que os produtores adotem práticas de manejo fitossanitário, especialmente em função do risco de doenças fúngicas, e mantenham a cobertura verde nos pomares para evitar erosão do solo.
Por fim, é ressaltada a importância de investir em sistemas de irrigação e armazenamento de água, dada a variabilidade climática do estado, que pode impactar negativamente as culturas de verão, como milho e soja.