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#NaModaComBrenda | Mulheres 50+ protagonizam a revolução da ‘bela velhice`

A “bela velhice” não seria um caminho apenas para celebridades ou indivíduos excepcionais. Ela seria o resultado de um projeto de vida, que poderia ser construído desde muito cedo, ou mesmo tardiamente, por cada indivíduo singular. A beleza da velhice estaria, exatamente, na sua singularidade, nas pequenas e grandes escolhas que cada indivíduo pode e deve fazer, todos os dias, para concretizar o seu projeto de vida.

Como escreveu Simone de Beauvoir, determinados homens e mulheres, por terem projetos de vida e uma vida mais ativa, criativa e autônoma, poderiam ajudar a revelar os caminhos para essa velhice mais prazerosa. Os criadores intelectuais, artistas, escritores, ao priorizarem a busca de significado para suas existências, recusariam uma morte simbólica ou uma morte social, criando novas e positivas representações sobre a velhice. Apesar de não serem numerosos, os seus exemplos de vida são importantes e reveladores de como é possível aprender a envelhecer de uma forma mais saudável, mais livre e mais feliz.

Em A Velhice, Simone de Beauvoir convoca seus leitores e leitoras a ouvir a voz dos mais velhos para ajudar a romper com a conspiração do silêncio que cerca a velhice. “Paremos de trapacear: o sentido de nossa vida está em questão no futuro que nos espera. Não sabemos quem somos, se ignorarmos quem seremos: aquele velho, aquela velha, reconheçamo-nos neles. Isso é necessário, se quisermos assumir em sua totalidade nossa condição humana. Para começar, não aceitaremos mais com indiferença a infelicidade da idade avançada, mas sentiremos que é algo que nos diz respeito. Somos nós os interessados”.

Para Simone de Beauvoir, só existiria uma saída para as mulheres: elas deveriam recusar os limites que lhes são impostos e procurar abrir para si e para as outras mulheres os caminhos da libertação. Portanto, a última idade seria uma libertação para as mulheres, que, submetidas durante toda a vida ao marido e dedicadas aos filhos, poderiam, enfim, preocupar-se consigo mesmas e, assim, inventar uma “bela velhice”.

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