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#CaliSchäffer | O estrago que Rousseau causou

 

Se tem uma coisa que me impressiona, é como certas pessoas, na verdade uma grande maioria delas, consegue absorver e defender ideias absurdas, fazendo com que elas prosperem pelos séculos afora. Jean Jaques Rousseau (1712-1778) foi um desses “filósofos” que influenciou com suas ideias, e mal, a humanidade. Sua mãe morreu poucos dias depois que ele nasceu e seu pai, um relojoeiro ambulante, que viveu apenas dois anos de sua vida como casado, fugindo da lei o abandonou quando ele tinha dez anos. Foi, pois, um menino criado sem família. Rousseau não gostava de trabalhar, mas lia muito. Foi um autodidata que vagou pela Europa de emprego a emprego – porque não se sujeitava à autoridade – e de amante em amante, por conta de quem sobrevivia. Suas teorias lançaram sementes para o surgimento da Revolução Francesa, da revolução sexual, da dissolução da família, e, por incrível que possa parecer, inspiraram pensadores como Marx, Nietzsche, Freud e Darwin.

Uma de suas teses que até hoje infl uencia a humanidade é a de que a origem das desigualdades entre os homens tem base na propriedade. Segundo ele, quando o homem ainda era selvagem, nada pertencia a ninguém. O homem primitivo comia quando sentia fome, dormia quando estava cansado, fazia sexo sem compromisso algum quando lhe dava vontade, e a vida andava assim.

Como ninguém era dono de nada, tudo teria começado quando alguém teve a ideia de construir uma cabana, convidar uma mulher para morar nela, e dizer que aquela cabana, aquela mulher e os fi lhos que tivessem eram seus. Então os problemas começaram. Se antes tudo era liberado, tudo era de todos e ninguém tinha compromissocom ninguém, agora o homem estava preso a um lugar e a uma família. Em relação à mulher, a primeira consequência foi a instituição do adultério. Rousseau dizia que no seu estado natural o homem era puro e inocente. Parece que o que hoje querem certas lideranças mundiais é fazer com que o ser humano volte ao estado selvagem. O livro dele a ler a respeito é o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade social entre os homens.

Mesmo sendo quem foi, criado fora de uma estrutura familiar normal – quero dizer sem um pai e uma mãe que o orientassem – ele procedeu, em relação ao que poderia ter sido a sua família, da mesma forma. Rousseau tinha inúmeras amantes, algumas casadas, outras não. Com uma delas, Thérèse Levasseur, com quem conviveu por mais de 25 anos e a quem tratava como se fosse sua empregada, teve cinco filhos. Logo que nasciam ele os enviava, todos, a uma casa que cuidava de crianças abandonadas, cujas instalações eram tão precárias que a morte delas era tida como quase certa.

Mesmo assim teve a ousadia de escrever um livro sobre educação, a que deu o título de Emílio ou da Educação, obra tida até hoje como uma Bíblia para certos “educadores”. Como consequência das teses de Rousseau, o padrão de grande parte da intelectualidade moderna faz com que estejamos ainda hoje em dia em busca de um retorno ao homem selvagem, que aceita o sexo livre, a dissolução da família e da propriedade, a ausência de responsabilidades morais, para pontuar o mínimo. O estrago é lamentável”.

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