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#CaliSchäffer | | Torquemada e a Inquisição

Tomás de Torquemada (1420-1498) foi um frade dominicano que se tornou o inquisidor-geral espanhol e instituiu um sistema de terror destinado a impressionar a imaginação do povo com o objetivo de “educar” a população. Quem instaurou a Inquisição foram os reis católicos de Espanha, Fernando e Isabel, com o apoio do Papa.

Embora tenha iniciado antes em pequenas proporções em alguns lugares do reino, no ano de 1478 a Inquisição ressurgiu fortemente, e os tribunais do Santo Ofício passaram a estimular simples denúncias, que resultavam na abertura de processos nos quais sequer se dava direito aos acusados de questionarem ou se defenderem de forma adequada.  Os investigados eram os judeus e cristãos novos, estes os que eram obrigados a se tornarem cristãos, mas continuavam secretamente a praticar os ritos da sua antiga religião. Os judeus eram responsabilizados por tudo o que de ruim acontecia no país, como terremotos, pestes, pobreza, etc.

Passado algum tempo o poder da Inquisição aumentou e a lista dos perseguidos passou a incluir protestantes, bígamos, homossexuais, o confisco de bens, tortura, prisão perpétua e até a condenação à morte na fogueira. O tormento e a crueldade eram terríveis.  A Inquisição espanhola condenou mais de 300 mil pessoas. 

E quem era o mais cruel e infame chefe, o inventor desse horror todo? Era um frade chamado Tomás de Torquemada, que na maior parte das vezes, baseado em acusações sem qualquer prova, apenas em simples delações, submetia os presos a processos e interrogatórios que sob tortura (tinham as unhas arrancadas, a pele marcada com ferro em brasa, dedos perfurados, eram açoitados) acabavam confessando qualquer coisa, até crimes que não haviam cometido. 

Após ignorar os pedidos de moderação da Igreja Torquemada foi afastado de suas funções. Segundo estimativas, algo em torno de 10 mil pessoas teriam sido queimadas vivas nas fogueiras.

Em 16 de setembro de 1498, aos 78 anos, Torquemada morreu na clausura de um convento, tendo sido ali mesmo sepultado. Anos depois seu túmulo foi saqueado.

Já vimos este filme, que se repete. Mas esse é o solitário fim de todos os ditadores, por mais tempo que dure o seu domínio de poder e de terror. 

Vale dizer, nada dura para sempre. Um dia eles perdem o poder, caem, desaparecem na profunda escuridão de suas loucuras, e na História ficarão registradas as suas indignidades 

“Lutamos. É possível destruir uma geração de pessoas, reduzir suas casas às cinzas, de alguma forma elas voltam. Mas se destruirmos suas realizações, sua história, é como se nunca tivessem existido, são cinzas flutuando. Isso nós não podemos permitir”. (Autor desconhecido).
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