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#ColunaAgro | O Vale do Taquari é o segundo maior produtor de leite do Estado

1º de junho, dia do leite

Os hábitos de alimentação vêm mudando ao longo do tempo. Em 2002 e 2003 o leite foi a bebida mais consumida e comprada, perdendo este posto com os anos. Em 2017 a preferência passa a ser dos refrigerantes, segundo o que aponta um estudo divulgado pela Efficienza, empresa especializada em negócios internacionais. O maior consumo de refrigerante, vem acompanhado do aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, visto que um em cada cinco brasileiros adultos afirmaram que consomem refrigerantes ou sucos artificiais pelo menos uma vez ao dia.
No Brasil, a quantidade de leite consumida fica abaixo de outros países como os Estados Unidos e o Uruguai, em que o consumo é de 250 a 300 litros de leite ao ano. O preço dos produtos derivados de leite, é frequentemente um dos fatores apontados pelos consumidores para a redução do consumo. Porém, a bovinocultura de leite é uma atividade que está presente em praticamente todos os municípios brasileiros, em maior ou menor escala, e que em sua maioria provém da agricultura familiar, empregando diversas famílias e mantendo o produtor de alimentos no campo. Para os produtores, a atividade leiteira é desafiadora e tem passado por anos difíceis, tudo isto, associado à rigorosa rotina exigida pela atividade.
Nos últimos anos, em virtude de fatores associados à pandemia, à guerra da Rússia e Ucrânia, e agravadas pelas sucessivas estiagens, o custo de produção subiu de forma descompassada com o preço de venda, reduzindo a margem e a lucratividade da atividade. Somado a isto, a importação de leite de países como Argentina e Uruguai agravam ainda mais a situação do produtor de leite gaúcho. Nesta época do ano, o preço pago ao produtor costumava ser melhor, melhorando a margem de lucro, permitindo com que os produtores pagassem suas contas ou fizessem uma reserva. Conforme Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), devido à estas importações, estamos sacrificando os nossos produtores e fortalecendo os produtores de outros países, que muitas vezes produzem leite com ajuda de incentivos e subsídios, e que não é somente necessário melhorar técnica e efetivamente, mas sim, permitir que lutemos com as mesmas armas, como os impostos e encargos, que hoje, são dificultadores da atividade.
O Vale do Taquari é o segundo maior produtor de leite do Estado do Rio Grande do Sul, e a renda obtida com a atividade leiteira é para muitos municípios o que aquece a economia local. Neste mês, a coluna do agro parabeniza especialmente as famílias produtoras de leite, que com muita determinação produzem um alimento nutritivo e valioso, e à todos os demais envolvidos com esta cadeia que aquece alimenta o brasileiro e aquece a economia.

Como andam as lavouras do Estado?

Praticamente toda soja do Estado foi colhida, restando apenas as lavouras semeadas fora do período de zoneamento agroclimático da cultura. Estas lavouras, em sua maioria, foram plantadas após o cultivo de milho grão ou silagem. As lavouras de soja safrinha, devido à baixa precipitação do período, apresentam na maior parte dos casos, porte baixo, associado à baixa inserção de legumes, o que dificulta o processo de colheita. Devido à isso, as perdas na lavoura favorecem ainda mais a menor produtividade, que para esta safra é estimada em até 1,9 toneladas por hectare, o que (15 e 30 sacos por hectare). Em relação ao milho, a produtividade estimada é de 4,4 toneladas por hectare (73 sacos por hectare), também abaixo da média dos demais anos. Nas últimas safras, além da severa estiagem, a perda de produtividade da cultura do milho deveu-se também às perdas provocadas pelo inseto praga cigarrinha (dalbulus maidis), que promove um complexo de doenças na planta, que afetam a produtividade. As lavouras de milho que restam a ser colhidas, em sua maior parte serão destinadas à colheita para ensilagem, devido à estação climática atual de frio e chuvas mais frequentes, dificultar a perda de umidade dos grãos, comprometendo a colheita e qualidade dos grãos de milho. SEAPDR

Mercado do milho

No Centro-Oeste segue a colheita do milho de primeira safra, que representa pelo menos 22% do milho produzido na região, e a expectativa de produtividade e qualidade está muito positiva. A produção total para esta safra 2022/203 é de recorde com o aumento de 2,0 mi ton (2%), para a mesma área cultivada do ano anterior. A produtividade é estimada em 5,8 toneladas por hectare (96 sacos por hectare), segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A safra de segunda temporada, popularmente chamada de safrinha, mas que representa o restante da área cultivada de milho (77% da área), se encontra em estádios de enchimento de grãos à maturidade fisiológica. Estas áreas devem ser colhidas a partir deste mês de junho, até setembro. Além de boa produtividade, o milho tem se apresentado com alta qualidade. Devido à alta oferta de milho no Centro-Oeste, o preço do milho tem caído em todo o Brasil, fazendo com que nas praças da região do Vale do Taquari, o valor da saca tenha reduzido nas últimas semanas. Hoje, o milho é comercializado em torno de R$52,00 a 60,00/saco, fazendo com que muitos produtores evitem a venda, ou programem contratos de venda futura, esperando por melhores oportunidades, já que a maior parte destas lavouras foram implantadas com custos de produção elevados.

Clima

As probabilidades da ocorrência do fenômeno El Niño já são superiores à 90%, então pode preparar o guarda-chuvas, que este ano será chuvoso. O Centro Americano de Previsão do Climática (CPC-NOAA), lançou na semana passada um boletim sobre a confirmação do estabelecimento do fenômeno El Niño, que deverá iniciar ainda neste inverno, e se estender até março de 2024. Assim, este inverno deverá ter precipitações acima da média, além de picos de temperatura mais altos, e menos ocorrência de geadas intensas. Indica-se que os cultivos de inverno tenham maior atenção, devido ao aumento de dias de molhamento foliar, que podem prejudicar a produtividade.

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