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“Com o aumento do número de habitantes, veículos e visitantes, é urgente discutir um modelo de estacionamento rotativo que seja realmente eficiente

O caos do centro

Há quatro meses sem a cobrança do estacionamento rotativo, o que mais ouvimos nas ruas é o caos para estacionar no centro de Encantado. Em junho, a empresa Azul solicitou a suspensão do contrato com a Prefeitura por um prazo mínimo de 12 meses. Desde 2019, quando iniciou a prestação de serviços, a empresa enfrentou diversos desafios, como a pandemia de Covid-19, catástrofes climáticas e a inadimplência dos motoristas.

Se não me falha a memória, essa é a terceira empresa que presta o serviço em nosso município, mas, infelizmente, nenhuma teve êxito. As reclamações sobre a falta de estacionamento no centro da cidade perduram há mais de 20 anos, e, infelizmente, isso não vai mudar tão cedo. Afinal, mais do que um sistema de cobrança, o que precisa mudar é a mentalidade das pessoas. Lembro de uma campanha lançada pela CDL muitos anos atrás, quando nem se cogitava a implantação de um rotativo aqui, intitulada “A vaga é do cliente”. A campanha foi necessária porque alguns deixavam seus carros estacionados nas vagas dos estabelecimentos vizinhos, e os funcionários dos próprios comércios, para maior comodidade, deixavam seus veículos nas ruas centrais durante todo o expediente. Vale lembrar que, na época, o número de veículos era três vezes menor do que hoje.

Me atrevi a circular pelas ruas centrais esta semana para observar e contabilizar as vagas que ficam vazias por alguns momentos ao longo das principais ruas. Apenas 12 vagas estavam disponíveis, sendo algumas prioritárias e outras quase impossíveis de estacionar com utilitários, sedans e caminhonetes. Retornando à tarde, constatei que alguns veículos permaneciam nas mesmas vagas desde muito cedo.

Com a expansão do comércio online, é possível perceber a diminuição das vendas em alguns estabelecimentos, muitas vezes associada à falta de estacionamento próximo, o que considero preocupante. Posso discorrer por horas sobre o que ouvi nos últimos meses, mas, por ora, gostaria apenas de chamar a atenção das entidades de classe, dos órgãos públicos e da comunidade em geral.

Uma coisa é óbvia: com o aumento do número de habitantes, veículos e visitantes, impulsionado pela expansão turística, é urgente discutir um modelo de estacionamento rotativo que seja realmente eficiente, claro e sem politicagem, com valores de cobrança justos, tolerâncias cabíveis que não prejudiquem nenhum dos lados e com punições aos inadimplentes.

Enquanto isso não acontece, existe uma maneira de evitarmos esse caos — ou, pelo menos, amenizarmos um pouco a situação da falta de estacionamento. Que tal nos colocarmos no lugar do outro nessa situação? Que tal começarmos por nós? Se você vai passar o dia todo no mesmo local e trabalha nas ruas centrais, por que não estacionar em um lugar menos disputado? Quando havia cobrança, muitos faziam isso e hoje estão no centro! Por que não continuar estacionando nas ruas laterais, deixando as vagas para quem realmente precisa comprar? Essa atitude simples pode ajudar muito na manutenção de empregos e, o principal, no desenvolvimento do nosso município.

Pense nisso!

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