Todos os dias, temos uma força imensa na vida, e a cada momento somos confrontados com decisões que moldam nosso destino, sejam elas grandes ou pequenas. O ato de escolher é, em si, uma demonstração de liberdade e autonomia.
As escolhas nos permitem traçar nosso próprio caminho, determinar nossas prioridades e construir uma vida alinhada com o que consideramos importante. Contudo, com essa liberdade vem a responsabilidade.
Priorizar a autoescuta é essencial para sermos assertivos em nossas escolhas, e fica mais fácil quando nos conectamos com nossos sentimentos e valores. Exerço muito a escuta e fui desenvolvendo esta habilidade ao longo do tempo.
Vou contar uma história que quem me conhece já ouviu várias vezes. Fiz faculdade em Porto Alegre no turno da noite e trabalhava em um escritório de advocacia durante o dia. Certa manhã, fui protocolar uma petição no fórum e deveria retornar ao escritório para o turno da tarde. Porém, com uma imensa vontade de passar a tarde em Imbé, onde meus pais e avós residiam, escutei meu coração e fui, mudando meu percurso.
Passei uma tarde muito agradável, sentada na grama em uma roda de conversa com chimarrão, com minha mãe, minha tia, minha avó… Foi realmente uma tarde inesquecível.
Ao entardecer, retornei a Porto Alegre e, antes mesmo que chegasse à PUC, meu celular tocou. Era minha mãe dizendo que logo depois da minha saída, minha avó teve um mal súbito e veio a óbito. Antes de qualquer tristeza, senti imensa gratidão por ter escutado minha necessidade, e assim, tive a oportunidade de me despedir dela com muita presença.
Desde então, quando tenho alguma dúvida sobre qual caminho tomar, lembro de escutar e seguir meu coração, pois nossas decisões têm consequências que podem reverberar por toda a vida, afetando não apenas a nós mesmos, mas também as pessoas ao nosso redor.
As pequenas decisões do dia a dia, como a forma como tratamos os outros e a nós mesmos, as palavras que escolhemos ou o tempo que dedicamos a algo, podem ter impactos profundos e duradouros.
Por outro lado, as grandes decisões, como a escolha de uma carreira, de um parceiro de vida ou de onde viver, exigem reflexão e discernimento. Essas escolhas são muitas vezes acompanhadas de incertezas e medos, mas também de oportunidades e crescimento.
Assim, o poder das escolhas reside não apenas na liberdade de decidir, mas também na sabedoria de aprender com elas, na coragem de assumir riscos e na capacidade de moldar o futuro que desejamos. São nossas escolhas que definem quem somos e o legado que deixaremos no mundo.