Nesta semana tive a oportunidade de participar de uma atividade com jovens, onde estavam trabalhando sobre os riscos no uso do cigarro eletrônico.
Enquanto eles discutiam várias informações técnicas sobre o tabagismo, lembrei de uma capacitação que fiz para coordenar grupos de tabagismo no SUS, que foi uma experiência fascinante.
Observando o grupo, percebi que a pesquisa dos estudantes era informativa (o que considero importante), mas não conectava muito com a realidade deles.
Assim, gostaria de compartilhar alguns pontos que sugeri para o trabalho, com o intuito de torná-lo mais eficaz e eficiente para a conscientização dos níveis de dependência.
Ao falar sobre tabagismo e a dependência do cigarro eletrônico, é crucial entender que o usuário pode ter até três tipos de dependência: a química, a comportamental e a emocional, assim como ocorre com outras formas de dependências.
A dependência química no uso do cigarro eletrônico é causada pela nicotina, substância altamente viciante que atua no sistema nervoso central, liberando neurotransmissores que causam sensações de prazer e bem-estar, mas também criam uma necessidade de uso contínuo para evitar sintomas de abstinência.
Além da dependência química, o uso do cigarro eletrônico também pode se tornar um hábito comportamental arraigado, associado a certas atividades ou situações. É quando criamos um hábito, aqui trago a dependência comportamental.
A dependência emocional ocorre quando fazemos algo para aliviar sentimentos desconfortáveis, lidar com o estresse, ansiedade, tédio ou outras emoções desagradáveis, quando o cigarro eletrônico é utilizado como uma maneira de regular as emoções e lidar com dificuldades emocionais.
Especialmente entre os jovens, as dependências comportamentais e emocionais são devastadoras.
Quando eu era adolescente, fui fumante e desenvolvi uma dependência emocional, usando o cigarro para me sentir mais adulto e seguro; no entanto, isso começou a afetar minha saúde física, e a lição que aprendi e compartilho agora, é que mesmo que nos sintamos inadequados em alguns ambientes, importante prestar atenção em como lidamos com esse sentimento, muitas vezes buscando alívios imediatos, porém com consequências graves no futuro.
Daniel Cadore – Psicólogo