Com meu pai, por circunstâncias da vida, não pude estar presente no seu leito de Morte, vivenciei a perda e o luto à distância. Já com a Baby e a Mel, estive na semana que passou disputando com a Morte, colocando o máximo de esforços para salvar destes dois seres, que passaram metade da minha vida em nossa família. Toda experiência (principalmente as de dor) contempla um grande aprendizado.
Diante da Morte nos vemos pequenos, fracos e impotentes. Embora possa não parecer, presenciei a Mel lutar bravamente por cada inspiração, era como se implorasse à Morte diante de seus olhos, por mais um segundo de vida, e essa conversa entre elas durou horas.
Se no reino animal o desejo ardente por viver existe e é percebido, me questionei sobre nós, pequenos e “sábios” Seres Humanos, que fogimos da Morte, vivendo como se nunca fossemos morrer, porém morremos sem ter vivido.
Correndo contra o tempo para ter, esquecemos do Ser e do sentir, não conseguimos desfrutar e saborear as inúmeras inspirações e exalações que nos são concedidas segundo à segundo pela Existência, enquanto a Morte conversa cara a cara com outro alguém…