Hoje me peguei com saudades do ano de 2017, um ano ímpar para os pais do Brasil. Se você não lembra, foi neste ano que a FakeNews da Baleia Azul invadiu a mídia nacional deixando todo mundo de cabelo em pé.
Eu sei, você deve estar se perguntando, como eu sinto saudades desse tempo? E claro, vou te responder.
Sinto saudades desse tempo pelo simples fato de que esse evento denunciou algo que vinha acontecendo desde sempre, o sofrimento psíquico da nossa juventude. Desde sempre, pessoas se machucam para dar significado as suas dores emocionais bem como desde sempre pessoas tiram suas vidas para acabar com seu sofrimento.
Entendo que de uma forma muito forte, o movimento Baleia Azul veio mostrar para a gente o que sempre aconteceu mas preferimos não olhar, até por que isso incomoda e principalmente, desacomoda.
Novamente estamos passando por um momento delicado com a nossa juventude, e quando escrevo novamente, me refiro ao novo fenômeno, pois o sofrimento continuou existindo desde sempre.
Sobre esse fenômeno vou te fazer duas perguntas:
Em 2017 você se incomodou e se desacomodou com o evento Baleia Azul? Se mobilizou empaticamente para transformar a realidade da nossa juventude menos sofrida?
De 2017 até hoje, quantas vezes você conseguiu vencer a exaustão do seu dia relacionado com o trabalho e demais cobranças da vida adulta (que não são poucas), e escutou com atenção, cuidado e respeito a pergunta básica que todos fazemos quando nossos filhos voltam da escola: “Então querido, como foi seu dia?”
Aqui fica a reflexão. Se nossa juventude está doente, adoeceu sob nossos cuidados, e enquanto eu não olhar com o coração aberto para o que está acontecendo, o tapete vai ficar cada vez menor, de tanta sujeira que vou ter que varrer para lá. É sobre saúde mental, social, e sobre como me comprometo e me responsabilizo com isso porque sim, todos somos responsáveis.
