Ícone do site FORÇA DO VALE

#ColunadaMari | Cômico e trágico

Sine
Já faz algum tempo que escrevi sobre o Sine. Lembro-me de intitular minha coluna com a expressão “O Sine está estourado” para chamar a atenção sobre as quase 200 vagas de emprego disponíveis naquela ocasião. Mas a informação que recebi esta semana me surpreendeu ainda mais. Agora sim, o Sine “estourou geral”: atualmente, são mais de 350 vagas disponíveis. Atrevo-me a dizer que isso é inédito na história de Encantado.

Apostas
Outra notícia impactante que tive conhecimento nos últimos tempos foi sobre os valores gastos por beneficiários do Bolsa Família em sites de apostas. Somente no mês de agosto, R$ 3 bilhões do auxílio, que é destinado a garantir renda para as famílias em situação de pobreza, fortalecendo o acesso a direitos básicos como saúde, educação e assistência social, foram desperdiçados em jogos de azar.

Importância
Não estou aqui para discutir a importância do Bolsa Família. Afinal, ao longo de sua implementação, dados oficiais comprovam que, em locais onde não há oferta de emprego, o auxílio garante mais dignidade aos beneficiários e, sim, melhorou a vida de muitos brasileiros.

Realidade
Esquecendo um pouco o cenário nacional sobre a questão do Bolsa Família e focando na realidade do nosso município, sabendo que não é apenas esse auxílio que é disponibilizado aqui, acredito que, nesse cenário de falta de mão de obra, alguns programas devam ser revistos, já que vagas de emprego estão sobrando. Atualmente, 2.140 famílias encantadenses estão inscritas no Cadastro Único, e 674 recebem o Bolsa Família.

Cômico e trágico
De nada adianta cobrarmos do Poder Público a vinda de mais empresas e investimentos nas áreas de saúde, educação e bem-estar, se gastamos dinheiro em Assistência Social, principalmente com pessoas que estão desempregadas, mas que, segundo dados oficiais, sendo curta e grossa, só não trabalham porque não querem. Não dá para definir se isso é cômico ou trágico.

Prioridades
Antes que comecem os ataques contra minha pessoa, deixo bem claro que moramos em uma cidade pequena, onde todos se conhecem. E, principalmente, conhecem minha opinião sobre esse assunto. Já cansei de escrever aqui que tudo na vida é questão de prioridades. Obviamente, cada um tem as suas, mas quando se trata de dinheiro público, para mim, como cidadã, isso muda tudo.

Prioridades II
Se eu disser todos os absurdos que não somente eu, mas muita gente também já presenciou de pessoas cuja única renda é oriunda de auxílios, não caberia em uma edição do jornal. Revolta-me muito saber que pessoas cheias de saúde e com plena condição de trabalhar sobrevivem de “bolsas” e, o que é ainda pior, gastam o dinheiro com cigarros, bebidas, alongamentos de unhas, cílios, celulares de última geração e ainda pagam táxis para retirada de cestas básicas.

Prioridades III
Enquanto tudo isso que expus continuar “sendo normal” principalmente para os nossos representantes, trabalhar de segunda a sexta-feira, 8 horas por dia por um salário base de R$ 1.600 sempre será a última opção para muitos. As vagas de emprego continuarão disponíveis, e o impacto na nossa economia será cada vez mais preocupante.

Sair da versão mobile