Voto
Costumo dizer que não voto em amigo. Por vezes isso causa desconforto para alguns, porém é lógico que carece de entendimento, e caso não haja, eu explico. Não voto apenas por ser amigo ou conhecido, voto em quem demonstrar capacidade de exercer o mandato. Claro, se for conhecido ou amigo, ajuda na avaliação e dispensa as apresentações. No caso específico, a referência é para candidato a vereador, mas também poderia ser para candidatos a prefeito. Também não sou daqueles que acreditam que os cargos deveriam ser preenchidos a partir de níveis de escolaridade. Tenho para mim que as universidades, por mais que se esforcem e exijam, conseguem diminuir “orelhas de burro,” sem ofensas ao animal. Que fique claro, essa é a minha conduta na escolha de um candidato. Não tenho político ou partido de estimação; aliás, tento manter uma distância higiênica desse meio, mesmo acreditando que somente a política tem o poder de transformar o município, o estado e o país.
Brincadeira
Já vi acontecer, em rodas de amizade, definir um entre eles para ser candidato a vereador, não pela capacidade de contribuição coletiva e social, mas para exteriorizar um sentimento de poder imaturo, arcaico e egoísta. Em outros casos, por brincadeira mesmo. Exemplos não faltam, desde Calígula, que “conseguiu” uma vaga de senador para o seu cavalo Incitatus, até a quase eleição do chimpanzé Tião para a prefeitura do Rio de Janeiro em 1988 pelo Partido Bananista Brasileiro. Tião foi o terceiro mais votado, com mais de 400 mil votos. Cada um tem sua visão sobre a política, mas é preciso saber que, depois de eleitos, ficarão por quatro anos legislando e administrando um município.
Convenções
No domingo, foram realizadas as demais convenções partidárias em Encantado. O PP definiu candidatura própria com Paulo Costi e Enoir Cardoso. O PSDB, da mesma forma, confirmou a candidatura de Jonas Calvi, tendo como vice Agostinho Orsolin do MDB. Outro candidato será Luciano Moresco, do PT, ratificado na convenção ainda na semana passada, mas deixando a vaga de vice numa provável coligação com o PDT. O PDT resolveu coligar com o PP, e a vaga na chapa de Luciano foi preenchida com Ivete Maria Grün, também do PT.
PDT
O histórico do PDT de Encantado, pelo menos nas últimas duas eleições, não foi produtivo ao partido. Na eleição de 2016, o partido se coligou com o MDB e fez um vereador, Jaqueline Taborda, que somou 660 votos. Já na eleição para a presidência da Mesa Diretora, Jaqueline se uniu ao PSDB e PP, tirando a maioria do MDB na Casa. Na eleição de 2020, o PDT se coligou com o PSDB e fez um vereador, Roberto Salton, com 338 votos. Depois de desentendimentos, Salton deixou o partido e filiou-se ao PL. O PDT, novamente, ficou sem representação na Câmara. Agora, mesmo com cargos de CC na administração municipal, resolveu se unir ao PP.
Reflexo
Com a decisão do PDT de Encantado em apoiar a candidatura do PP, um dos ícones da agremiação municipal, Rafael Fontana, oficializou a saída do partido. Fontana se desfiliou na semana passada do PDT, onde atuou por muitos anos.
PL
O Partido Liberal de Encantado fez mais uma convenção no domingo, já havia feito na semana anterior. Ocorre que foi divulgada a ata errada. Como decisão de coligação, permaneceu a mesma coisa, ou seja, não irá apoiar oficialmente nenhum dos candidatos e irá concorrer apenas com nomes a vereador.
Dúvidas
Os vereadores do MDB, Andressa de Souza e Duda do Taxi, participaram das convenções do PP e do PDT. A presença acabou gerando dúvidas se estariam integrados de fato na coligação PSDB/MDB, como foi oficializado em convenção do partido. Quando perguntados sobre a participação nesses eventos, afirmaram que participaram por serem lideranças, mas reiteraram o compromisso com o MDB.
Incógnita em Muçum
O PSDB e PP de Muçum haviam anunciado que o ex-prefeito Aristides Coser seria candidato a prefeito para concorrer contra Mateus Trojan, que vai à reeleição. Nesta semana, uma informação nova dá conta de que Trojan será o único candidato por conta da desistência de Coser. Como o MDB e o PSD haviam confirmado coligação nas convenções, fica a dúvida se o PSDB e o PP terão participação no próximo governo. O dia 15 deste mês é o prazo final para o registro das candidaturas, e depois dessa data saberemos se, de fato, continuará assim, com apenas uma candidatura, se haverá uma composição entre os partidos ou se a oposição vai lançar candidatura para a majoritária.
Roca Sales
Em Roca Sales, deverá ter três candidaturas: Jones Wunsch (PP), tendo como vice Henrique Pivatto (PSDB); Bayard Fischer (MDB), com vice Luis Roberto Magnani (União Brasil); e Adovandro Luiz Fraporti e Nelson Antônio Vasconcelos Salvador pelo Podemos.
Respeito
O pré-candidato do MDB de Roca Sales parece não ter gostado da apresentação dos pré-candidatos feita pela redação do Força do Vale na edição passada. Bayard Fischer, quando encontrou nossa repórter na convenção do partido, relatou que poderia usar sua banca de advogados por conta de informações “subliminares”. Não respondo pelo jornal, porém me pareceu desnecessário o preciosismo de uma antecipação de defesa do pré-candidato ao entender uma informação pura e simples como associação de ideias. Não trabalhamos com tendências subjetivas direcionadas à subconsciência; nos detemos aos fatos, e, depois da homologação das candidaturas pela Justiça Eleitoral, trataremos os candidatos com isonomia e respeito.
Exemplo
O atual prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, também é do MDB. Ele foi duramente criticado pelos vereadores e até xingado pessoalmente. Importante dizer que, em muitos casos, sem o devido merecimento. Diante de tudo isso, sempre manteve o respeito com todos, gostem dele ou não. Mas é um cidadão de fácil relação, que expõe suas verdades com urbanidade e sem agressividade.
Administrar
Mais do que administrar, os próximos prefeitos de Muçum e Roca Sales, duramente atingidos pelos eventos naturais de setembro do ano passado e maio deste ano, terão a incumbência de reorganizar o perímetro urbano dessas cidades. Importante que, nesse período eleitoral, existam propostas factíveis de reconstrução e, se possível, com muito respeito ao povo que já foi duramente atingido.
Frase
“Uma eleição é feita para corrigir o erro da eleição anterior, mesmo que o agrave.”
– Carlos Drummond de Andrade