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#NolimarPerondi | Bastou um jornal colocar os valores das diárias que já saem murmurinhos

Tá Na Mesa

A Federação de Entidades Empresarias do Rio Grande do Sul, Federasul, organizou um debate para destacar os problemas enfrentados por empresas da cadeia produtiva da proteína animal. O assunto foi destaque na reunião almoço ocorrido na quarta-feira desta semana. Para falar sobre o tema foram convidados o secretário estadual de agricultura, Giovani Feltes, o presidente executivo Organização Avícolas do RS, José Eduardo dos Santos e o presidente executivo da Dália Alimentos. O assunto mereceu destaque por parte da Federasul, através do seu presidente Rodrigo Sousa Costa, justamente por entender que é urgente uma ação que venha minimizar os prejuízos que setor vem apresentando há pelo menos dois anos.

Tempestade Perfeita

É fato que há pelo menos dois anos o setor das proteínas animais, que no caso específico trata das carnes de frango, suína e ovos, vem acumulando prejuízos. A pandemia provocada pela Covid-19 fez diminuir o consumo no mundo, muito por conta da diminuição do poder aquisitivo das pessoas. Na outra ponta tivemos um aumento de mais de 100% dos insumos da ração animal, soja e milho. As agroindústrias não puderam repassar ao consumidor final esse aumento e estão amargando prejuízos. Quem fez reservas ainda está conseguindo passar pela crise, mas mesmo assim está difícil continuar por mais tempo porque as taxas de juros praticadas hoje no Brasil, Selic 13,75%, são aviltantes e contribuem para o desespero do setor.

Dificuldades

Conforme informou o presidente executivo da Dália, Carlos Alberto Freitas, aqui no Rio Grande do Sul alguns componentes acabam por dificultar ainda mais. Para trazer o milho das regiões produtoras do país é pago R$ 30,00 a cada saca de 60 kg. Para enviar os produtos industrializados para as regiões consumidoras do país também fica oneroso por conta do frete em caminhões refrigerados. Aliado a isso o governo do estado está retirando destas indústrias o crédito presumido a que tinham direito. No ano passado forma 5%, este ano será 10% e no ano que vem 15%. Resumindo, estão acabando com a ‘galinha dos ovos de ouro’ desta região que sempre foi próspera nesta atividade gerando emprego e renda.

Pedágio

No dia 18 deste mês vai acontecer uma reunião em Lajeado, prédio 11 da Univates, para discutir um novo modelo de pedágio para o Vale do Taquari. A proposta será um modelo sem praça física de pedágio, conhecido por Free Flow. Conforme seus defensores o sistema torna o processo mais justo para os usuários sendo as tarifas menores e assim mesmo com arrecadação maior.

Modelo

O pedágio, mais dia ou menos dia, voltará a ser discutido aqui na região, pois o governo deve manter seu projeto de privatizações que foram estrategicamente suspensas no ano passado. O modelo apresentado para o pedágio de Palmas é que não pode continuar. Querem manter a praça de pedágio em Encantado sendo que quem ganharia mais com os recursos obtidos aqui seria Arroio do Meio, Lajeado e até Teutônia.

Câmara

O vereador Duda do Taxi se licenciou por 15 dias. Entrou no seu lugar o suplente de vereador do MDB Edvaldo Dalla Vecchia. Na tribuna Edvaldo agradeceu a oportunidade e fez uma solicitação à secretaria de educação em construir um telhado na recepção das escolas para que os alunos não se molhem em dia de chuva ao descerem do ônibus. Dalla Vecchia é motorista de ônibus escolar e neste ano completa 19 anos de prefeitura.

Ato Falho?

No momento em que o presidente da Câmara de Vereadores de Encantado, Sander Bertozzi, chamou a vereadora Andressa de Souza para usar a tribuna a vereadora disse que não usaria e deixaria seu tempo a disposição do PDT. Fiquei intrigado, seria um ato falho da vereadora? Queria se referir ao seu partido, MDB, e citou outro? Ou teria sido um agrado ao vereador Roberto Salton, único representante do PDT, e que tem sérios problemas com integrantes do seu partido. Será que o Salton estaria, também ele, sendo convidado para integrar o MDB? Será?

Diárias

Na semana retrasada eu comentei aqui neste espaço o uso de diárias por vereadores. Citei os vereadores de Roca Sales que foram todos à Brasília em um encontro promovido pela UVB. Afirmei que sou contra o uso de dinheiro público para estes deslocamentos. Na semana passada o presidente da MesaDiretora, Sander Bertozzi, disse que teria chegado a hora de discutir a questão das diárias e que agora que tem o poder o fará. Na referida edição o jornal Força do Vale publicou os gastos dos vereadores com diárias.

Faísca

A primeira faísca por conta das diárias já ocorreu na sessão desta semana. O vereador Valdecir Gonzzati deu sua opinião e alfinetada: “Bastou um jornal colocar os valores das diárias que já saiu um murmurinho na Câmara de Vereadores, respeito quem não tira diárias, aqui o vereador Sander acho que nunca tirou, o vereador Cardoso também não… Agora o que não pode é ficar criticando quem tira e eu sou um dos vereadores que mais tira diárias, qual o problema de tirar diárias? Agora todos nós temos telhado de vidro, vereadores que querem se sobressair perante aqueles que tiram diárias fica feio, fica feio, porque basta um meio de comunicação colocar as diárias que já sai alguém falando”.

Volta

O vereador Valdecir Cardoso, que não tira diárias, usou a tribuna depois da fala de seu colega Gonzatti e disse que já trouxe mais de dois milhões em emendas parlamentares e se utilizou apenas do telefone. “Eu quero agradecer a todas pessoas que vieram até mim, depois de sexta-feira, e me parabenizaram por não ter tirado diárias, as diárias são importantes na busca de recursos e que cada vereador tem sua maneira de trabalho, mas talvez a gente tenha que analisar uma forma de ressarcimento, talvez tenha vereadores que tiram bem mais e outros bem menos, mas não sou nem contra nem a favor, cada um trabalha a seu jeito, mas eu queria deixar uma mensagem… eu como vereador, a gente trouxe junto com a bancada do PP mais de dois milhões em emendas e a gente tem uma forma de trabalho sim, e hoje a forma mais fácil é o telefone”.

Estudo

O vereador Sander Bertozzi, que usou a tribuna por último, afirmou que está estudando, junto com o jurídico da Casa, um projeto para modificar as diárias pagas aos vereadores quando viajam: “Estamos pensando em um projeto, algo que faça o melhor para o nosso trabalho, não vamos alijar nenhum vereador de trabalhar, mas com certeza algumas mudanças tem que fazer, alguns excessos estão acontecendo, mas a gente quer pensar na preservação do nome da Câmara, não é querer ninguém aparecer, acho que chegou o momento de fazermos algo e o plenário é soberano e vai decidir”.

Afronta

O pagamento de diárias, como é feito atualmente na Câmara de Vereadores de Encantado, é uma verdadeira afronta ao cuidado com o dinheiro público. Isso é uma certeza. Pode ser legal, mas é imoral. Não estamos falando em dinheiro que pague as despesas do vereador, ficou mais do que provado isso quando o vereador Cris Costa queria devolver as sobras de uma viagem que fez à capital Federal e deu um embate enorme. Hoje, afirmo sem ter receio de cometer injustiça, também serve de complemento de salário. As diárias são fixas e não é necessário devoluções.

Ressarcir

Na verdade eu sou contra pagar passagens e diárias para vereadores em suas viagens. Querem ir à Brasília ou para qualquer um desses cursos pelo Brasil a fora? Podem ir, mas com o dinheiro do seu próprio bolso, porém sei que isso será difícil acontecer, mas que se faça por ressarcimento, apresentem notas e serão ressarcidos, logicamente com limites de pagamento de hotéis e alimentação. Já afirmava a Primeira Ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher: “Não se esqueçam que não existe dinheiro público. Todo o dinheiro arrecadado pelo governo é tirado do orçamento doméstico, da mesa das famílias”.

Frase

“Todos querem o perfume das
flores, mas poucos sujam as suas
mãos para cultivá-las”.
Augusto Cury

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