Oxigênio
O Sicredi Região dos Vales junto com o Sebrae firma parceria em prol dos pequenos empreendedores dos municípios de Muçum, Encantado, Roca Sales e Arroio do Meio. Juntos vão destinar R$ 6 milhões para pequenos negócios aqui da região que foram atingidos pelo maior evento natural da história do Rio Grande do Sul, ciclone extratropical ocorrido no início do mês de setembro. São duas linhas de reembolso, isso significa doação. A primeira vai beneficiar microempresas e empresas de pequeno porte nos municípios de Roca Sales e Muçum com recursos para aquisição de materiais de construção.
A expectativa é de que 250 pequenos empreendedores sejam alcançados com valores até R$ 4 mil cada. Nesta parceria o Sicredi entra com R$ 500 mil e o Sebrae também com R$ 500 mil. A segunda linha pretende atingir pelo menos 500 negócios nos quatro municípios, Arroio do Meio, Encantado, Roca Sales e Muçum na aquisição de equipamentos e material de construção para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte sendo que o limite para cada negócio é de R$ 10 mil. O total de recursos nesta linha é de R$ 5 milhões. R$ 4 milhões via Sebraetec e R$ 1 milhão do Sicredi Região dos Vales. Também foi anunciado recurso no valor de R$ 200 mil aos quatro municípios para campanhas de apoio a economia local.
O Sicredi Região dos Vales está repassando R$ 50 mil cada município e será destinado às associações comerciais que ao seu tempo farão suas campanhas de prêmios. Também o Sicredi Região dos Vales está destinando R$ 100 milhões de recursos próprios para linhas de crédito aos associados que foram atingidos pelas cheias. Sem sombras de dúvidas esses recursos darão uma boa dose de ‘oxigênio’ aos pequenos negócios da região que foram abalados pelas enchentes.
Digno
Essa atitude do Sicredi Região dos Vales junto com o Sebrae é digo de todos os elogios possíveis, pois elegem os pequenos negócios na tentativa de reativa-los no mercado e continuar empreendendo. Essas duas entidades entenderam que não dava para esperar o governo federal e estadual com suas dificuldades burocráticas procrastinar soluções financeiras tão necessárias nesse momento de retomada. O tempo de espera, nesse caso, é o fator decisivo para continuar os negócios.
A agilidade para firmar essa parceria, Sicredi Região dos Vales e Sebrae, só foi possível porque a cooperativa de crédito tem uma excelente gestão e um quadro técnico comprometido, capitaneado pelo diretor administrativo Roberto Scorsatto e o presidente Ricardo Cé. Vale lembrar que este convênio entre Sebrae nacional e Sicredi Região dos Vales só é válido para os municípios de Arroio do Meio, Roca Sales, Encantado e Muçum.
Protagonismo
Apesar de conhecer o potencial técnico e de relacionamento do Sicredi Reagião dos Vales com seus associados e a região aonde atua não pude deixar de me surpreender com o desprendimento e a capacidade de intervenção rápida numa questão em que todos apenas aguardavam as definições vindas do poder público. Enquanto o governo federal anunciava recursos no valor de R$ 1 bilhão a juro zero e se enredava em portarias toscas que dificultarão o acesso aos valores prometidos, o Sicredi Região dos Vales ajustou parceria com o Sebrae e literalmente colocou dinheiro da cooperativa para alavancar a economia desses municípios atingidos de forma cruel pelas cheias do Rio Taquari.
Notem bem, esses R$ 6 milhões não são em linhas de crédito a juro zero, são valores que estão sendo doados, sem a necessidade de devolver, logicamente dentro de critérios organizados pelo Sebrae que tentará abranger o maior número de negócios possíveis para que de fato atinja o objetivo de reativar a economia local e regional.
Interesse
É logico e elementar que não interessa para nenhuma instituição bancária uma região com sua economia colapsada, mas não havia comprovado e testemunhado uma iniciativa aonde um banco, como fez o Sicredi Região dos Vales, conseguisse repassar parte de seus recursos próprios sem ser restituído e mais, mostrando agilidade em conseguir essa parceria com o Sebrae nacional para esta região. O Sicredi Região dos Vales sozinho está participando com R$ 1,7 milhões mais uma linha de financiamento aos associados de R$ 100 milhões com recursos próprios.
Braço Econômico
Nesta semana também está sendo notícia com repercussão nacional a agilidade na liberação de recursos do BNDES para a Dália Alimentos aonde o Sicredi Região dos Vales foi o repassador. O novo programa do BNDES para as cooperativas em função da estiagem e a crise da proteína animal foi liberado na metade do mês de outubro e o Sicredi Região dos Vales foi a primeira instituição no Brasil a repassar recursos, foram R$ 20 milhões para a Dália Alimentos. Esta agilidade demonstra muito bem o que disse o presidente do conselho de administração da Dália, Gilberto Picinini: “Mostra que o Sicredi é realmente o braço econômico do agronegócio no estado, do Brasil e principalmente para a Dália”.
Exemplo
Esse dinamismo na agilidade de repasse dos recursos feitos pelo Sicredi Região dos Vales, sejam eles de recursos próprios, em parcerias como foi feito com o Sebrae nacional ou mesmo com o BNDES, foi desprezado pelo governo federal quando desenvolveu o programa de auxílio de R$ 1 bilhão para agricultores através do Pronaf, empresas pelo Pronampe atingidos pelo ciclone. Priorizou os bancos oficiais e estendeu para 92 dois municípios que decretaram calamidade pública. Um tiro no pé do próprio governo que se antecipou em divulgar o programa e estão atrasados nos repasses dos recursos tendo que toda hora explicar e achando fórmulas para isso. Enquanto isso opositores nadam de braçada na crítica quanto ao cumprimento do que prometeram.
Prático
Importante que os prefeitos aqui do Vale do Taquari, em especial os municípios de Muçum, Roca Sales e Encantado se atentem para que estes bancos oficiais, que serão os repassadores destes valores do BNDES com a garantia do governo federal, possam ser mais efetivos que os restantes que também decretaram estado de calamidade. Esses bancos, Caixa Econômica e Banco do Brasil, notoriamente já têm problemas no atendimento por conta da carga de programas oficiais e carência de funcionários, somando-se a isso aqui as próprias agências foram atingidas diretamente pelas cheias precarizando ainda mais esse atendimento. Assim poderão não ter a capacidade de atendimento da demanda, que claramente é mais necessária e urgente aqui, possivelmente favorecendo os demais municípios, dos 92 que decretaram calamidade, haja vista que os valores são limitados a cada programa, e quem chegar primeiro leva.
Retrovisor
O governo federal parece ter administrado a situação das enchentes aqui no Rio Grande do Sul e em especial no Vale do Taquari com muita euforia e pouca técnica, muito mais por uma disputa de beleza com seu antecessor que propriamente resolutivo e pragmático nas questões urgentes. Metaforicamente falando preferiram o retrovisor que o para-brisa, atuou olhando para trás e deixaram as burocracias governamentais se agigantarem mais do que o necessário à sua frente. Foram proativíssimos em estar aqui na região com um importante staff de ministros e o próprio presidente em exercício para mostrar presença, porém foram pouco efetivos na liberação dos recursos prometidos.
Discernimento
Durante a apresentação do convênio entre o Sicredi Região dos Vales e Sebrae, que foi na sede da cooperativa de crédito em Encantado, participaram prefeitos, representantes de associações comerciais e imprensa. Algumas pessoas falaram no momento e um em especial me chamou a atenção. Disse que estava entusiasmado com a ação e se referindo aos prefeitos, ao seu jeito e entendimento, disseque deveriam dar uma espécie de “xeque-mate” aos governos sobre os recursos prometidos. Penso diferente, acredito que todos aqueles que exercem função pública e tem deveres com sua comunidade precisam ter discernimento nessa relação. É importante ponderar, reclamar da demora, porém pouco inteligente propor formulas beligerantes nessa relação, até porque é por ali o caminho na liberação dos recursos.
Pix
As informações sobre recurso do governo via Pix no valor de R$ 2,5 mil para os pequenos negócios de Encantado carece de ajustes. Na semana passada informei que 250 haviam sido selecionados para o pagamento e que estavam pendentes para uma segunda fase 132. Conforme Junior Torres da Central Única das Favelas (CUFA), a quem está a cargo a seleção e pagamento desses valores, existe em Encantado ainda 68 empreendedores que serão pagos na próxima semana. Quem tiver dúvidas pode contatar o próprio Junior pelo telefone (55) 99659-2525.
“A sabedoria superior tolera, a inferior julga; a superior perdoa, a inferior condena”. – Augusto Cury