Aluguel
Foi aprovado em sessão extraordinária, na quarta-feira desta semana pela Câmara de Vereadores de Encantado, o aluguel social no valor de R$ 800,00 para as famílias que estão desabrigadas. Este valor será para o grupo familiar que teve sua residência destruída. Para se adequar no que diz a lei o grupo familiar vai receber se comprovar a renda até quatro salários mínimos, R$ 5.280,00, pelo período de seis meses.
Primeiros
Conforme publicação da prefeitura de Encantado está sendo atendidas com o aluguel social nesta semana famílias que estão abrigadas na obra da Creche Navegantes e Parque João Batista Marchese. Essas famílias serão atendidas no CRAS.
Atingidos
Por consequência do ciclone extratropical 2.709 famílias foram atingidas pelas águas, são 7.331 pessoas. 94 famílias estão ainda desabrigadas, totalizando 282 pessoas. São dados ainda preliminares da Defesa Civil que 195 casas foram destruídas ou sem condições de morar. Ainda existem 410 casas que podem ser habitadas, porém estão em áreas consideradas de extremo risco localizadas junto a outras que foram totalmente destruídas.
Aluguel
A demanda por residências em Encantado está sendo bem grande, até porque não são famílias somente daqui que estão buscando moradia, pessoas que perderam tudo em Muçum e Roca Sales também alugaram imóveis em Encantado. Como todos sabem é o próprio mercado, a lei da oferta e procura, que regula os alugueis e por conta da tragédia pode estar ocorrendo uma inflação nos valores pedidos por proprietários e isso já está gerando comentários. O vereador Roberto Salton citou o assunto na sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Encantado: “A gente sabe que em Encantado o ramo imobiliário comanda essa situação, a um ano meio atrás tinha 14 mil famílias e oito mil residências então o setor imobiliário as vezes explora isso, a gente vê agora a invés de dar a sua contribuição o pessoal subiu o aluguel então é essa a contribuição do setor imobiliário de Encantado, a gente tem que destacar isso, cada um tem que dar a sua contribuição nesse momento e esse momento não é de aumentar aluguel, a gente sabe que que a demanda é oferta e a procura, mas tem algumas coisas que, tem alguns dinheiros que não são sagrados eles não deveriam ser botado nos bolsos de algumas pessoas”.
Ajuda
Quando os municípios aqui da região foram alertados que o Rio Taquari deveria subir além do que já registrado prefeitos de toda a região se solidarizaram em enviaram máquinas, caminhões e servidores que trabalharam incansavelmente noite e dia. Isso já foi amplamente falado e agradecido. Em Anta Gorda uma situação inusitada e pouco usual em momentos como este. O vereador Dirceu Sperandio que preside uma comissão chamada de permanente inquiriu o prefeito Francisco Frighetto a “esclarecer de forma detalhada quais foram as despesas realizadas pelo Poder Executivo com a ajuda humanitária descrita no projeto de lei nº 035\2023 discriminando quanto foi gasto com deslocamento, combustível, alimentação, materiais, hora extra, diárias etc. Encaminhar em anexo os diários de bordo dos veículos envolvidos”. Além disso, pediu esclarecimento se haverá novas despesas no atendimento humanitário. O vereador Dirceu deve estar pleiteando uma vaga no Tribunal de Contas da União pelo visto. Sabe quando o momento não é adequado, pois é. Este é o vereador que consegue enxergar a pulga e não o cachorro.
Devolução?
Se a preocupação é sobre os valores gastos em prol do auxílio aos moradores atingidos pela maior catástrofe natural da história do Rio Grande do Sul e um possível ressarcimento, imagino que os atingidos de Muçum, Encantado e Roca Sales poderão fazê-lo em momento oportuno. O vereador de Anta Gorda, Sperandio, deixa muitas dúvidas no seu requerimento e acaba levantando desconfianças desnecessariamente. Por outro lado, precisamos enaltecer e agradecer ao povo de Anta Gorda que destinou muito de seu tempo em auxiliar as pessoas que perderam tudo. Tenho relatos de homens e mulheres que trabalharam muito, com rodo, pás, enxadas para retirar o lodo de dentro das casas com o único propósito de ajudar. Também soube da atuação do próprio prefeito Frighetto que atuou presencialmente em todos os momentos auxiliando na coordenação dos serviços que naquele momento era tão necessários para os municípios de Muçum, Encantado e Roca Sales.
Redes Sociais
Aqui em Encantado a vereadora Andressa de Souza parece ter protagonizado uma notícia falsa, conhecida com fake News. Em uma de suas publicações, da qual ela denomina fiscalização, postou uma filmagem de uma sala na garagem da prefeitura onde estavam fogões a gás que seriam doados e narra assim: “ Aqui temos fogões novos para doação, numa sala trancada na prefeitura aqui no CEOP, e aqui nós temos um recadinho aqui ó ‘reservado Taísa entregar’, quem a Taísa? É a primeira Dama que tem uma família já para entregar”.
Dúvidas
Como a própria vereadora Andressa de Souza afirma em seu vídeo os fogões estavam em uma sala trancada. Quem abriu a porta ou estava acompanhando a vereadora neste local? Não consigo imaginar que por conta de estar como vereadora entra quando e como quer em salas da administração pública. Quem teria colocado aquele bilhete escrito à caneta em cima de um dos fogões? Seria uma acusação de a primeira Dama estar privilegiando alguém?
Averiguar
É preciso ter mais responsabilidade na postagem de informações em redes sociais, principalmente para quem exerce atividade pública. Caso encontre inconformidades um vereador tem prerrogativas de contatar secretários e o próprio prefeito e comunicar. Caso não tenha êxito na esfera administrativa ainda assim pode recorrer ao Ministério Público, que é o fiscal da lei, e relatar. Eu averiguei sobre o bilhete e ninguém sabia do fato. É necessário ter, o que José Sarney chamou de ‘liturgia do cargo’ quando assumiu a presidência da república depois da morte de Tancredo Neves. Trocando em miúdos seria a exigência daquele que detém cargo público comportamento mais polido, menos impulsivo, mais comedido. Quando não se segue esses preceitos acaba passando insegurança, desconfiança e a perda da credibilidade.
Exemplo
O que fica de exemplo diante de tantas perdas de vidas e bens materiais é o sentimento demonstrado por inúmeros voluntários que por aqui passaram e ainda se fazem presentes. Dos grandes empresários que se solidarizaram, como por exemplo, o Sinduscon RS que irá construir 240 casas em Muçum e Roca Sales, até os pequenos, como foi o caso dos pequenos agricultores ligados ao MST que produziram 37.400 marmitas aqui em Encantado. Foram quase 5 toneladas de arroz, duas toneladas de feijão, 80 quilos de molho de tomate, produtos orgânicos produzidos nos assentamentos. Também doaram 1,5 toneladas de carnes das 4,5 toneladas ocupadas nos 17 dias que fizeram as marmitas. E o próprio serviço de 330 membros de vários municípios do estado. Valorização a todos, que com mais ou com menos, auxiliaram e continuam ajudando.
Seguros
Decepcionante a atitude de seguradoras que negam constantemente pedidos de segurados para ressarcimento dos prejuízos que foram causados por um ciclone. Mesmo quem tem na sua apólice alagamento ou ciclone estão negando, seria má fé? Sábio era Barão de Itararé quando disse: “De onde menos se espera, daí que não sai nada”. Importante que as pessoas exponham essas empresas de seguros e também quem os representa na região. E esperamos que o Ministério Público possa atuar também nesse assunto que é por demais importante para quem perdeu tudo.
Frase: “A amizade é um amor que nunca morre”. – Mario Quintana
