Quem comprou o livro foi o meu pai. Na primeira página está escrito “João Alberto Schäffer, 25/12/77. Certamente o li depois dele, no ano seguinte ao da anotação. Passados 46 anos tinha esquecido completamente do que tratava. Esta semana peguei o livro e não consegui mais parar de ler. O nome, PROTEU, de Morris West (1916-1999). Como o presente texto é apenas uma sugestão de leitura, me limito a transcrever só o que consta da orelha;
“PROTEU é numa obra de ficção que amanhã pode transformar-se numa terrível realidade. Indaga como nós, homens e mulheres comuns, devemos reagir à violência que é agora um lugar comum em nossas vidas. Somos ameaçados por revolucionários, por tiranos no poder, até mesmo pelos homens de boa vontade que estão dispostos a recorrer a métodos extremos para manter a ordem nas ruas. Como diz uma personagem feminina do livro; “ Até mesmo o amor se transforma numa arma nas mãos deles”.
Nenhum de nós está imune à ameaça. Quando embarcamos num avião numa viagem de férias, nossas bagagens e nossos corpos são revistados, à procura de armas ocultas. Uma bomba colocada num lugar público pode atingir nossos filhos como vítimas. Mesmo em terras civilizadas, um ente amado pode ser preso numa batida de segurança, sequestrado por resgate. O que faremos quando o terror nos atingir?
PROTEU é a história da resposta de um homem – uma resposta que começa com uma tentativa de “construir pontes de benevolência” e que, contudo, termina com uma ameaça a todo o mundo civilizado.
John Spada é um homem de dimensões heroicas, poderoso, mas compassivo, ao mesmo tempo objeto de hostilidade pública e da afeição particular. Os personagens que o cercam e que estão envolvidos na trágica ironia de sua situação são definitivos e fascinantes. Sua esposa Anna; sua filha, vítima da polícia de segurança da Argentina; Kitty Cowan, sua secretária; o filósofo alemão Von Kalbach; o irônico advogado Maury Feldman. O cenário em que esses personagens se apresentam é de dimensões épicas. A história, que tem início na Itália, se transfere para a Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Argentina. Indo terminar na Assembleia Geral da ONU.
Na mitologia grega, Proteu era o pastor de todas as criaturas do mar. Era também o símbolo de toda a matéria primordial, a fonte de todo o bem e mal do mundo. Neste fascinante romance de Morris West, muito provavelmente sua obra máxima, há o mesmo mistério de amor, compaixão, violência, angústia, esperança e dignidade humana”.
As situações de denúncias expostas no livro são atualíssimas, e é praticamente impossível parar de ler. Recomendo a leitura.