Os podcasts PluralCast e Perondi Sem Roteiro, exibidos no YouTube pelo Força do Vale, trouxeram discussões relevantes sobre os avanços e os desafios do turismo em Encantado e no Vale do Taquari. Entre os temas abordados estavam o impacto do Cristo Protetor, a necessidade de reativação do Trem dos Vales e os prejuízos causados pela destruição da ponte da ERS-130.
Cristo Protetor: marco transformador
O Cristo Protetor foi unanimemente reconhecido como um divisor de águas para o turismo em Encantado. Segundo Deivis Fachi, presidente do Comtur (Conselho Municipal de Turismo), “antes éramos apenas uma cidade no mapa. Hoje, somos um destino nacional.”
Apesar do sucesso, Sheila Garibotti, guia de turismo, apontou alguns desafios: “Ainda precisamos melhorar a infraestrutura e a capacitação da mão de obra local. Isso é essencial para consolidar o destino.” Já Ruti Tramontini, também especialista na área, destacou a resistência cultural ao trabalho nos finais de semana: “O turismo não volta atrás. Ele avança e precisa de compromisso para continuar crescendo.”
Trem dos Vales: necessidade de reativação
O Trem dos Vales, que percorre o trajeto entre Muçum e Guaporé, foi apontado como um dos maiores atrativos regionais, capaz de fixar turistas por mais tempo na região. “Sem ele, limitamos o impacto econômico do turismo”, afirmou Rafael Fontana, ex-presidente da Amturvales (Associação de Municípios de Turismo do Vale dos Vales).
A recuperação do trem, estimada em R$ 102 milhões, enfrenta entraves burocráticos relacionados à concessão dos trilhos. Fontana sugeriu uma mobilização regional para viabilizar a reativação, ressaltando que “estamos falando de um patrimônio turístico que poderia transformar a economia regional.”
Ponte da ERS-130: um gargalo logístico
A ponte da ERS-130, destruída pela enchente de 2024, prejudica tanto o turismo quanto a economia local. “Sem ela, toda a economia está prejudicada, a indústria, a agricultura, o comércio e o turismo também. Eventos como a Suinofest e o Canto da Lagoa são impactados”, lamentou Jonas Calvi, prefeito de Encantado. Ele criticou as promessas da EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) sobre prazos de reconstrução: “Precisamos de urgência, não de promessas vazias.”
Fontana também destacou a falta de pressão regional no início do processo: “Acreditamos nas datas que as autoridades nos passaram e agora dependemos de decisões que não controlamos.”
Desafios e oportunidades
Entre os pontos discutidos, foi destacada a necessidade de transformar visitantes em turistas que permaneçam mais tempo na região. Sheila Garibotti apontou que “a falta de um atrativo de grande porte dificulta criar roteiros que preencham um dia inteiro de atividades.” Deivis Fachi sugeriu a criação de pacotes turísticos conectando Encantado a cidades vizinhas, combinando cultura, gastronomia e natureza.
As discussões evidenciam o potencial do Vale do Taquari e a importância de esforços conjuntos para superar entraves e impulsionar o turismo regional.
Podcasts
Fiz questão de emprestar a coluna para um resuminho do que foram os podcasts da semana na TV do Força do Vale. Não viu? Vai lá no YouTube, todos os programas estão disponíveis por lá. E se ainda não é inscrito, dá aquele clique, a gente agradece!
Depois do Natal
O prefeito Jonas Calvi reiterou nesta semana que o secretariado será anunciado por ele e seu vice Baixinho somente após o Natal. Ele também confirmou que nenhum vereador será nomeado secretário.
Nas Alturas
No caminho certo ou mais uma decepção para o mercado? Após um pregão emocionante, com o dólar atingindo o maior valor nominal de sua história, as primeiras informações foram vistas como negativas no sentido de compromisso com o ajuste fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote fiscal trazendo mais detalhes, mas deixando ainda mais perguntas do que respostas para o mercado.
Jogando para a Torcida
“Errou na mão, na estratégia e no timing. Risco fiscal, inflacionário e na cobrança da política monetária vão cobrar prêmio. No final das contas, o anúncio não trouxe compromisso nenhum.”
Jefferson Laatus, chefe-estrategista do Grupo Laatus, expressou preocupação com o foco do governo em aumentar receitas por meio de impostos, combinado com a isenção de IR para salários até R$ 5 mil. Ele teme que a medida seja mais política do que técnica, com alto risco de não ser aprovada no Congresso.