O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) instaurou na Procuradoria de Prefeitos uma investigação para avaliar, sob o aspecto criminal, a decisão do prefeito de Bagé, Divaldo Lara (PTB), de alterar a ordem dos grupos na vacinação contra a Covid-19, imunizando agentes de segurança antes de outros grupos (indígenas, idosos, pessoas com deficiência permanente grave, população em situação de rua, presos e profissionais da educação)
“Vacinamos e faremos a segunda dose. Não podemos admitir que os apenados sejam vacinados primeiro que os profissionais de segurança, que estão todos os dias nas ruas fazendo a fiscalização e protegendo a população. Lamento que o estado não tenha este entendimento, mas aqui em Bagé não permitiremos isso”.
Também foi instaurado, na Promotoria de Justiça de Bagé, uma investigação para avaliar se houve improbidade administrativa. Segundo o MP, Lara determinou a vacinação antecipada de profissionais da segurança, o que contraria regra do Plano Nacional de Imunização. O Ministério Público afirmou que as alterações no plano, de gestão do Ministério da Saúde, não podem ser feitas pelos gestores municipais.
A Prefeitura de Bagé respondeu que a escolha em antecipar a vacinação de agentes de segurança foi feita porque a cidade tem registrado casos entre esses profissionais, o que tem exigido que eles se afastem do trabalho para tratamento.
“É um dia especial por estarmos vacinando os profissionais de segurança que também estão na linha de frente desde o começo da pandemia e merecem estar protegidos. Saúde e segurança caminham juntas” destacou o chefe do Executivo, conforme texto produzido pelo setor de comunicação social da prefeitura.
Foram imunizados cerca de 400 servidores das polícias Federal, Civil, Rodoviária e Penal, da Brigada Militar e ainda agentes do Presídio Regional, entre outros.
Nesta quarta-feira Bagé está vacinando idosos de 71 anos e amanhã, quinta, dos de 70 anos.
Entre as sanções, o prefeito está sujeito a multa, suspensão dos direitos políticos, proibição do direito de contratar com o poder público e perda da função pública.