A possibilidade de realizar um leilão para comprar arroz do exterior permanece no radar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
A principal motivação vem de sondagens indicando que os preços do produto permanecem altos no País. O governo anunciou o leilão em maio após temores de que as chuvas no Rio Grande do Sul (responsável por 70% da produção nacional) poderiam acarretar especulações no mercado do cereal.
Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam que, entre as semanas de 22 de abril — última antes da tragédia gaúcha — e 1º de julho, o preço do cereal no varejo subiu em 21 Estados e no Distrito Federal.
A sondagem mais recente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), publicada no dia 4 deste mês, mostrou que entre maio e junho o valor médio do arroz subiu em 12 capitais. Em outras cinco, o preço caiu.
Em 12 meses, todas as cidades tiveram taxas acumuladas positivas. O Dieese destaca, contudo, que os preços médios ficaram em alta em junho, especialmente puxados por aumentos nas primeiras semanas do mês.
A iniciativa do governo de comprar arroz do exterior gerou uma crise na Esplanada dos Ministérios: primeiro, a compra de grãos do Mercosul foi adiada, enquanto produtores da região elevaram seus preços; depois, o leilão realizado acabou suspenso por suspeitas de irregularidades, o que culminou até em demissões na gestão federal.
Após o governo anunciar que desistiu de realizar o leilão, a tendência era de que fossem adotadas medidas junto a produtores para frear os preços do cereal. As informações foram divulgadas pela CNN.