A abertura do 23° Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizada na manhã desta segunda-feira no Teatro do Sheraton Hotel, trouxe à tona a grave situação enfrentada pelo setor devido às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio. O evento, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Bolsa de Valores de São Paulo (B3), reuniu líderes e empresas do setor para discutir os desafios e medidas necessárias para recuperação.
A enchente afetou 206.604 propriedades e 19.190 famílias rurais, causando perdas significativas em diversas culturas e na pecuária. Estima-se que as perdas econômicas diretas cheguem a R$ 3 bilhões, com impacto potencial de até R$ 75 bilhões em ativos. A produção leiteira também sofreu, com mais de 9,6 milhões de litros não coletados, afetando mais de 7,4 mil produtores.
O assessor especial Carlos Augustin, representando o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que o governo federal anunciou o Plano Safra e reafirmou o compromisso em buscar soluções mais abrangentes para os produtores gaúchos. No entanto, reconheceu que as medidas atuais não atendem plenamente às necessidades do setor.
O Congresso também contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Ernani Polo, do presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, e do CEO da B3, Gilson Finkelsztain. Durante a abertura, foi exibido um vídeo em homenagem aos esforços de reconstrução no Rio Grande do Sul, com agradecimentos especiais ao apoio recebido de diversas partes do Brasil, incluindo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
O governo gaúcho tem promovido uma série de medidas para apoiar o meio rural, como o pagamento de horas-máquina e o Programa Agrofamiliar, que já investiu mais de R$ 200 milhões no setor. O evento destacou a urgência de medidas mais amplas e efetivas para a recuperação do agronegócio.