O governo brasileiro expressou “profunda preocupação” com a possível prisão de Edmundo González na Venezuela, após a Justiça do país acusar o opositor de Nicolás Maduro de vários crimes. A posição oficial foi divulgada nesta terça-feira (3) em uma nota conjunta com a Colômbia.
“Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de prisão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia 2 de setembro”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
Brasília e Bogotá destacaram que a ofensiva contra a oposição compromete acordos previamente estabelecidos pelo regime Maduro para fortalecer a democracia e promover a tolerância.
O governo brasileiro também considera que a situação dificulta a busca por uma “solução pacífica, baseada no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”.
Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para política externa, já havia manifestado a preocupação com a possível prisão de González, classificando-a como “prisão política”, o que não seria aceito pelo Brasil.
González, acusado de usurpação de funções, incitação a atividades ilegais e falsificação de documentos, teve sua prisão ordenada pela Justiça venezuelana na segunda-feira (2). Apesar disso, seu advogado afirmou que o ex-diplomata não pretende deixar o país ou pedir asilo político.