As imagens foram publicadas pela Alliance Defending Freedon (ADF) e mostram três policias, dois homens e uma mulher, questionando a mulher, de nome Isabel Vaughan Spruce, que sozinha, com as mãos no bolso, estava parada na calçada. O diálogo entre os policias e Isabel foi o seguinte:
— O que você está fazendo aqui hoje?
— Fisicamente, só estou parada aqui.
–Ok. Por que está aqui? Eu sei que você não mora perto.
— Esta é uma clínica de aborto.
— Ok. É por isso que você está aqui? Você está parada aqui como parte de um protesto?
— Não. Não estou protestando.
— Você está orando?
— Posso estar orando em minha mente.
–Vou te perguntar mais uma vez. Você poderia vir voluntariamente conosco para a delegacia para eu fazer algumas perguntas sobre hoje e outros dias em que você estava descumprindo a ordem de proteção do espaço público.
— Se tiver uma escolha, então não.
— Ok. Você está presa por suspeita de não cumprir a Ordem de Proteção do Espaço Público, que é uma Lei de Comportamento Antissocial, Crime e Policiamento de 2014.
E a policial feminina se aproxima, coloca umas luvas de borracha azul, algema Isabel e a levam para a delegacia.
O absurdo dessa situação perversa é chocante. Imagine-se o prezado leitor nela enquadrado. O que se constata é que para cooptar e destruir a nossa liberdade, já penetraram até nos nossos pensamentos.
Sob pena de prisão essa gente quer nos obrigar a abandonar até atitudes silenciosas de veneração ao culto do que possamos considerar sagrado. E essa intenção subversiva de rompimento e destruição de todos os nossos valores, para criarem novas realidades, está acontecendo no mundo inteiro.
A continuar assim, como disse Cristian Rodrigo Iturralde, em seu magnifico livro A Escola de Frankfurt e o início da nova esquerda, logo mais:
“Contemplar e sentir a beleza em algo tão simples e cotidiano como um passeio no parque, uma paisagem, a amizade desinteressada, uma taça de vinho com amigos, o amor generoso, um céu estrelado ou uma chuva na primavera serão considerados atos irracionais”.
Sem querer ser pessimista, mas já sendo, nós perdemos. (3 de janeiro de 2023)