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Governo orienta população sobre piora da qualidade do ar e possível “chuva preta” devido a queimadas

O tempo seco, as altas temperaturas e o céu cinzento, em razão da alta incidência de incêndios no Brasil e no exterior, compõem um cenário que compromete a qualidade do ar no país e no RS. Por esse motivo, o governo do Estado divulgou, nesta quarta-feira (11/9), orientações à população, em uma ação conjunta das secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Saúde (SES) com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

De acordo com a Sala de Situação, a piora na qualidade do ar ocasionada pelas queimadas é agravada pela atual presença de vento norte na Região Metropolitana, pela massa de ar quente, seco e estável, somadas à ausência de chuvas, dificultando a dispersão dos poluentes.

O cenário deve mudar a partir de quinta-feira (12/9), com a chegada de uma frente fria, que trará chuvas que irão ajudar a limpar a atmosfera, embora haja a possibilidade de ocorrer a chamada chuva preta, ocasionada pelos poluentes suspensos na atmosfera. A frente fria também trará ventos do sul, que irão empurrar a fumaça para fora do Estado, melhorando a qualidade do ar. Na sexta-feira (13/9), os ventos do sul devem continuar a melhorar a situação.

Monitoramento

A Fepam monitora diariamente a poluição atmosférica no nível do solo, por meio de uma rede de monitoramento da qualidade do ar composta por cinco estações automáticas, localizadas nas cidades de Gravataí, Canoas, Esteio, Triunfo e Guaíba. O monitoramento segue os métodos de medição de referência ou equivalentes aprovados pela Agência Americana de Proteção Ambiental, que está de acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 506/2024.

Os boletins diários, disponibilizados no site da Fepam, apontam que, nas últimas semanas, houve um aumento das concentrações de material particulado inalável na atmosfera, fazendo com que a qualidade do ar, em algumas regiões, seja classificada como Moderada. A qualidade do ar chegou a ser considerada Ruim, em decorrência de altas concentrações de partículas inaláveis finas PM 2,5 (poeira, fuligem e fumaça que ficam suspensas na atmosfera), a partir dos dados coletados na estação de Triunfo em 15 e 16 de agosto,

Cuidados com a saúde

Até o momento, a equipe de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) não identificou aumento de casos de síndrome gripal não relacionados a vírus respiratórios, que podem ser influenciados por outros fatores, como a fumaça resultante de queimadas. Esses dados, porém, são parciais e sujeitos a alterações, em decorrência do preenchimento das notificações, bem como do hiato entre o início dos sintomas e a busca por atendimento.

As principais recomendações para a população são:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a poluição do ar é um fator de risco crítico para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). No Brasil, as queimadas e os incêndios florestais são importantes fontes de poluentes atmosféricos. Ele têm efeitos diretos e indiretos na saúde, no meio ambiente e na oferta de serviços de saúde.

Grupos populacionais mais suscetíveis, como crianças, idosos, gestantes, indivíduos com doenças cardiorrespiratórias, de baixo nível socioeconômico e trabalhadores que atuam ao ar livre podem estar sob maior risco de apresentarem algum efeito na saúde relacionado à poluição do ar.

Plano de Emergência

A Fepam irá divulgar um Plano de Emergência para episódios críticos de poluição do ar, que visa a uma coordenação em conjunto de medidas preventivas a serem tomadas pelo governo do Estado, pelos municípios, pelas entidades privadas e pela comunidade em geral, com o objetivo de minimizar riscos à saúde da população.

Entre as ações previstas estão: implementar restrições temporárias de tráfego, tais como limites de velocidade, encaminhamento de tráfego ou proibições de veículos em áreas altamente afetadas; aplicar medidas para reduzir as emissões de fontes industriais, tais como paralisações temporárias ou requisitos de redução de emissões; proibição do uso de fogo em qualquer atividade de manejo no campo; entre outros.

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