O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cancelou a participação que faria na Cúpula da Amazônia, evento que discute a preservação da floresta e que tem início oficial nesta terça-feira (8), em Belém, no Pará. Seria a segunda vez que Maduro estaria no país neste ano, após ter vindo ao Brasil no fim de maio para encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento na capital paraense deve ter o pontapé inicial com outros chefes de Estado.
A razão do cancelamento de Maduro ainda não foi confirmada oficialmente. Lula, que já está em Belém, aguarda nesta terça-feira os presidentes Luis Arce (Bolívia), Gustavo Petro (Colômbia), Irfaan Ali (Guiana) e Dina Boluarte (Peru), além de representantes enviados pelo Equador, Suriname, Venezuela e França (em razão da Guiana Francesa).
Entre esta terça e quarta-feira (9), a agenda será marcada por encontros bilaterais com países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). É esperada ainda a Declaração de Belém, que reunirá o compromisso dos oito países detentores da floresta para a preservação do bioma.
No segundo dia, o encontro será aberto a convidados que não compõem a OTCA, como a República do Congo, a República Democrática do Congo, Indonésia e São Vicente e Granadinas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (7) que, mesmo que a meta de desmatamento seja atingida, o mundo precisa interromper a emissão de gases por combustíveis fósseis, ou a Amazônia será prejudicada. A declaração da titular ocorreu durante a divulgação do balanço sobre o evento “Diálogos Amazônicos”, que antecedeu a Cúpula da Amazônia.
O petróleo tem sido um tema sensível para o governo devido à intenção da Petrobras de explorar o recurso na foz do rio Amazonas. Ambientalistas se posicionam contra o projeto, que, segundo eles, pode causar danos ambientais à floresta.
“Sabemos que temos de trabalhar num espaço multilateral global. Mesmo que consigamos reduzir o desmatamento em 100%, se o mundo não parar com as emissões por combustível fóssil, vamos prejudicar a Amazônia de igual forma. Nossos presidentes têm essa clareza”, afirmou Marina.