Durante o último dia oficial da COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, uma nova proposta de financiamento climático global no valor de US$ 250 bilhões anuais até 2035 gerou controvérsia. O texto, apresentado nesta sexta-feira (22), estabelece a meta de US$ 1,3 trilhão anuais em 12 anos, com países desenvolvidos liderando os investimentos climáticos.
Entidades sociais criticaram a proposta, considerada insuficiente para as necessidades dos países mais vulneráveis. Segundo Tatiana Oliveira, da WWF Brasil, o valor e os termos apresentados representam um retrocesso, com redução do protagonismo de recursos públicos provenientes dos países ricos, maiores responsáveis pelas emissões históricas de gases do efeito estufa.
Discordâncias e desafios
O G77+China, que reúne nações em desenvolvimento, exige um compromisso inicial de US$ 500 bilhões por ano, número que não foi incluído no texto atual. Míriam Garcia, do WRI Brasil, acredita que a proposta serve apenas como um ponto de partida e espera ajustes. “Ainda há muito a melhorar, especialmente sobre como os fundos serão distribuídos e aplicados”, afirma.
Encerramento pode ser adiado
Com as negociações longe de um consenso, há expectativa de que o encerramento da COP29, previsto para esta sexta-feira, seja prorrogado. Sem um acordo, o futuro do financiamento climático global permanece incerto, deixando em aberto como os países vão financiar a adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.