Centenas de peregrinos muçulmanos morreram durante a peregrinação anual à Meca, conhecida como hajj, em meio a temperaturas extremas. De acordo com diplomatas na Arábia Saudita, a tragédia ocorreu após o início da peregrinação na última sexta-feira (14).
Entre os 577 mortos, ao menos 323 eram egípcios, vítimas de doenças provocadas pelo calor, conforme informou um diplomata à AFP. Um dos falecimentos foi causado por um tumulto na multidão. As informações são do necrotério do hospital de Al Muaisem, em Meca. Além disso, foram registradas 60 mortes de peregrinos da Jordânia.
O relatório não especifica se as mortes ocorreram após o início oficial do hajj ou entre os peregrinos que chegaram antecipadamente. Este ano, a peregrinação atraiu cerca de 1,8 milhão de fiéis, dos quais 1,6 milhão vieram do exterior, segundo autoridades sauditas.
Para mitigar os efeitos do calor intenso, as autoridades locais implementaram medidas como a instalação de nebulizadores e guardas borrifando água nos fiéis. Segundo Mohammed al-Abdulali, porta-voz do Ministério da Saúde saudita, mais de 10 mil peregrinos foram atendidos no ano passado por problemas relacionados ao calor, com 240 mortes registradas, majoritariamente de indonésios.
Significado e Rituales do Hajj
O hajj é um dos cinco pilares do Islã, exigindo que todo muçulmano, com condições, peregrine a Meca pelo menos uma vez na vida. A peregrinação começa com o “tawaf”, circunvoluções ao redor da Kaaba, localizada na Grande Mesquita. Em seguida, os fiéis se dirigem a Mina, onde passam a noite em tendas climatizadas.
O evento é de grande prestígio para a Arábia Saudita, cujo rei detém o título de “Guardião das duas mesquitas sagradas” de Meca e Medina. O país regula a emissão de vistos para a peregrinação através de um sistema de cotas por país, mas muitos muçulmanos, sem meios suficientes, chegam a Meca sem acesso às instalações que amenizam os efeitos do calor.