Hoje estimada em quase 10,9 milhões de habitantes, a população gaúcha deve ser de 10,2 milhões no ano de 2054, causando uma queda do segundo para o terceiro e último lugar na Região Sul em termos demográficos. A projeção consta em novo relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que prevê a ultrapassagem por Santa Catarina.
O Estado vizinho – atualmente com 7,6 milhões de residentes – deve chegar a mais de 10,4 milhões daqui a três décadas. Se os dados se confirmarem até lá, o Paraná manterá a liderança no ranking regional, passando dos atuais 11,4 milhões para 12,3 milhões, em números arredondados.
De modo geral, a estatística mostra uma população brasileira em processo de encolhimento a partir de 2042, com diferentes ritmos conforme cada unidade federativa. Mas em algumas o decréscimo deve começar bem antes. É o caso de Alagoas e do próprio Rio Grande do Sul, onde o início do processo está previsto para 2027. Já ano seguinte será a vez do Rio de Janeiro.
O Brasil tem aproximadamente 203 milhões de habitantes, contra projeções recentes do próprio que indicavam 207,7 milhões. A diferença, portanto, é de 4,7 milhões para menos. Ainda assim, houve crescimento demográfico de 6,5% em relação ao censo de 2010, que calculou 190,7 milhões. Para o ano de 2054, o contingente nacional deve alcançar 231,7 milhões.
Ainda conforme o órgão federal, a população brasileira começará a diminuir a partir de 2042, um ano depois de atingir seu ápice, com 220,4 milhões. Em 2070 (último ano abrangido pela projeção), o território nacional deve abrigar em torno de 199 milhões.
Fatores decisivos
O documento do IBGE enumera uma série de fatores que, combinados, permitem compreender essa tendência de redução populacional. Confira:
– De 2000 a 2023, taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher. Entre os estados, a taxa mais alta foi de Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39).
– A idade média em que as mulheres tinham filhos era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.
– O número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070.
– Nos últimos três anos, a taxa de mortalidade infantil recuou de 28,1 para 12,5 óbitos por mil nascidos vivos. Esse indicador cairá para 5,8 em 2070.
– A expectativa de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023. E deve chegar aos 83,9 anos em 2070.
– Em igual intervalo, a proporção de idosos (faixa etária a partir dos 60 anos) quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos.
– A idade média da população era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve chegar aos 48,4 anos em 2070.