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Emissão de gases do efeito estufa por queimadas na Amazônia cresce 60%

As queimadas na Amazônia entre junho e agosto deste ano resultaram em um aumento de 60% nas emissões de gases do efeito estufa em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o Observatório do Clima. Os incêndios liberaram 31,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO²) equivalente, próximo ao total emitido pela Noruega em um ano.

Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), destaca que os dados não incluem queimadas de setembro, quando a situação piorou. Dos 2,4 milhões de hectares incendiados, 700 mil eram de florestas, gerando 12,7 milhões de toneladas de CO².

Mesmo após a extinção dos incêndios, as emissões continuarão por anos devido à decomposição da matéria orgânica queimada, com estimativas de mais 2 a 4 milhões de toneladas de CO² equivalente na próxima década.

As queimadas deixam a floresta mais vulnerável a novos incêndios, agravando a situação nos próximos anos. “Quando o segundo fogo acontece, ele é mais intenso e emite mais gases do efeito estufa”, explica Ane.

Marcos Freitas, do Instituto Virtual de Mudanças Globais da UFRJ, alerta para a alta concentração de biomassa na Amazônia, o que provoca mais emissões. Ele ressalta que o desmatamento crescente ameaça a evapotranspiração da floresta, aumentando o risco de secas.

Os gases do efeito estufa, como o metano e o óxido nitroso, têm um grande poder de aprisionamento de calor, agravando o aquecimento global. As queimadas na Amazônia comprometem os esforços de mitigação das emissões, segundo Alencar, pois grande parte dessas emissões nem sequer é contabilizada nos inventários nacionais.

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