Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com objetivo de repatriar brasileiros que pediram ajuda do governo do Brasil para deixar o Líbano decola do Rio de Janeiro (RJ), nesta quarta-feira (02), com destino a Beirute, capital do território libanês.
A previsão é que, neste primeiro voo, 220 brasileiros sejam retirados do país, afetado pelo conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. Segundo a corporação, uma aeronave do modelo KC-30 fará o trajeto entre a Base Aérea do Galeão (RJ) e o aeroporto de Beirute, com escala na cidade de Lisboa, em Portugal.
De acordo com informações, quase 3 mil cidadãos brasileiros que estão no Líbano demonstraram interesse em voltar ao Brasil. A maioria é de moradores do Vale do Bekaa e da capital, Beirute. A prioridade será para idosos, mulheres, crianças e pessoas com necessidade de assistência médica.
A tripulação será composta, além dos tripulantes operacionais da aeronave, por militares da área de saúde (médico, enfermeiro e psicólogo), que estarão prontos para prestar o apoio necessário durante a missão.
Neste primeiro momento, representantes do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) estão insistindo para que tentem embarcar em voo comercial todos aqueles que têm capacidade financeira. Quem não puder sair por conta própria, deve entrar na lista de repatriados do governo brasileiro.
Nova missão
A decisão por uma missão oficial foi tomada após uma conversa do presidente Lula e do chanceler Mauro Vieira, no México, onde estão para acompanhar a posse da nova presidente Claudia Sheinbaum.
A operação foi batizada de “Raízes do Cedro”. A embaixada em Beirute está fazendo consultas desde terça-feira da semana passada e a procura tem aumentado dia após dia. As tratativas entre os dois governos estão avançadas e já há autorização para o primeiro avião da FAB pousar em Beirute no próximo fim de semana.
Em paralelo a isso, estão sendo montadas listas com as pessoas que devem deixar o país com a ajuda oficial. Segundo fonte do Itamaraty, os números tendem a oscilar porque algumas famílias desistem, outras conseguem sair por conta própria e outras podem entrar na lista em decorrência do aumento dos riscos.
Em 2006, última grande crise militar entre Israel e Hezbollah, em torno de 3 mil brasileiros deixaram o Líbano.