No último domingo (3), a Venezuela realizou um referendo sobre a possível anexação de aproximadamente 75% da Guiana, tornando o país vizinho o centro das atenções na América do Sul.
A situação tem gerado preocupação em países da região, como o Brasil, e potências globais, incluindo os EUA, que acompanham de perto os desdobramentos. Apesar dos receios de uma escalada militar, a busca por uma solução diplomática e política parece ser o caminho mais provável.
Em um eventual conflito na densa floresta amazônica, o Exército venezuelano teria uma vantagem numérica expressiva sobre as Forças Armadas da Guiana. A Venezuela possui cerca de 140 mil militares na ativa, enquanto a Guiana conta apenas com 4.150 soldados em suas bases militares.
A discrepância é notável, considerando também o tamanho da população de cada país: a Venezuela tem 28 milhões de habitantes, enquanto a Guiana possui apenas 125 mil pessoas.
O referendo venezuelano revelou que 95% dos eleitores concordam com a ampliação da fronteira, mas seu caráter consultivo não indica necessariamente uma alteração no mapa da América do Sul.
As razões para o conflito remontam a disputas territoriais antigas, com Maduro defendendo o rio Essequibo como a fronteira natural, apelando ao Acordo de Genebra de 1966. Por outro lado, a Guiana reivindica o laudo de 1899 e busca ratificação pela CIJ.
Maduro propôs um acordo diplomático justo, enquanto acusa os EUA de intervirem para favorecer a ExxonMobil na exploração de vastas jazidas de petróleo. A Guiana mantém uma postura vigilante após o referendo, enquanto o presidente Lula da Silva reforça as tropas brasileiras na fronteira, enfatizando a importância do bom senso na resolução do conflito.