A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) cumprem, nesta quinta-feira (16), 37 mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga uma família suspeita de fraudar licitações no Rio Grande do Sul. O esquema teria movimentado R$ 565 milhões. As ordens judiciais são efetuadas em Porto Alegre, Cruz Alta, Xangri-lá, Capão da Canoa, Tramandaí e Tupanciretã.
Até a atualização mais recente desta reportagem, não havia presos. Ao todo, são 59 investigados, 57 contas bloqueadas, 38 imóveis indisponibilizados e 28 veículos apreendidos. Os nomes dos alvos da operação não foram divulgados.
Segundo a polícia, o grupo é responsável por lavagem de dinheiro originado de crimes em licitações, além de crimes contra a ordem econômica e a ordem tributária. A empresa ligada à família investigada prestaria serviços terceirizados para prefeituras e órgãos públicos. No entanto, a companhia não cumpria os contratos, decretaria falência e não pagava os funcionários terceirizados. O grupo seria réu em 11 mil ações judiciais, principalmente no ramo trabalhista.
A investigação aponta que o esquema se estendeu por mais de 10 anos, causando prejuízos para os cofres públicos.
A Delegacia de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) afirma que parte significativa dos valores foi alvo de lavagem por meio de contas abertas em nomes de terceiros, compras de veículos registrados em nome de “laranjas” e com a transferência de propriedade de imóveis de luxo para pessoas de confiança dos suspeitos. Entre os investimentos feitos pelo grupo, a polícia cita a compra de passes de jogadores de futebol, além de negócios em construção civil e plantações de soja.