Cerca de 50 policiais civis cumpriram nesta segunda-feira (27) 15 mandados de busca em Porto Alegre, Canoas e Gravataí, além de Joinville, em Santa Catarina. O objetivo era buscar mais provas e encontrar parte do dinheiro furtado da agência do Banco do Brasil alvo de ladrões no dia 8 de janeiro deste ano, no bairro Moinhos de Vento, zona norte de Porto Alegre.
Segundo apurado pela polícia, são cinco suspeitos — sendo um deles o responsável pela manutenção do ar-condicionado da agência bancária na época do crime — que ingressaram em uma casa ao lado do banco, quebraram parede e construíram um túnel de papelão — para não serem flagrados por câmeras — com o objetivo de abrir o cofre e repassar dinheiro para o outro imóvel.
O crime foi percebido um dia depois, em 9 de janeiro. A informação inicial era de que cerca de R$ 800 mil haviam sido furtados, mas a investigação da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) confirmou que os criminosos furtaram o equivalante a R$ 577 mil, sendo grande parte em euros e dólares.
O delegado João Paulo de Abreu comandou as buscas nesta segunda-feira e ressalta que foram localizadas ferramentas que podem ter sido usadas no ataque ao banco, como serra e maçarico. Celulares e outros materiais que serão utilizados como provas também foram apreendidos. Abreu ressalta que a investigação continua com o objetivo de responsabilizar os cinco criminosos já identificados.
Além do responsável pelo ar-condicionado da agência, o Deic identificou suspeitos que já têm diversos antecedentes criminais, principalmente por roubo a banco. Os nomes deles não foram divulgados porque o inquérito policial segue em andamento.
Túnel de papelão
No dia 8 de janeiro, pelo menos cinco homens ingressaram em uma casa que estava para alugar na Rua Hilário Ribeiro. O imóvel fica ao lado da agência bancária. Em um dos cômodos da residência, o gesso do forro foi quebrado e telhas foram retiradas. Dessa forma, os ladrões conseguiram chegar ao telhado que fica próximo ao terraço do banco.
— Eles tinham a informação privilegiada, porque este local é o setor onde ficam os motores de toda a rede de ar-condicionado, além de um pequeno banheiro voltado para a área externa do terraço — diz o delegado Abreu.
Os cinco investigados quebraram a parede do banheiro e construíram um túnel de papelão. Por isso, o nome da operação policial desta segunda-feira é “Túnel de Papel”. A ideia dos criminosos, conforme consta no inquérito, era evitar que fossem flagrados pelas câmeras de segurança. E foi o que ocorreu. Eles ligaram o túnel ao cofre e não apareceram nas imagens enquanto abriam o equipamento e repassavam o dinheiro para o banheiro externo. Depois disso, levaram os valores para a casa ao lado do banco.