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Bolsonaro diz que errou ao falar sobre relatório do TCU, mas que suspeita de ‘supernotificação’ de mortes por Covid

O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta terça-feira (8) que errou ao atribuir ao Tribunal de Contas da União (TCU) um relatório que questionava o número de mortes por Covid-19 em 2020.

No final da noite de ontem, o TCU emitiu a seguinte nota:

“O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje. O TCU reforça que não é o autor de documento que circula na imprensa e nas redes sociais intitulado ‘Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid-19 no Brasil'”, afirma o tribunal.

Mas Bolsonaro insistiu que há indícios de exagero nas notificações de óbitos por Covid-19. Isso, entretanto, vai na contramão de especialistas que apontam que há subnotificação no Brasil.

“A questão do equívoco, eu e o TCU de ontem. O TCU está certo. Eu errei quando falei tabela. O certo é acordão”, disse Bolsonaro, que citou dois documentos, de números “2817” e “2026”. No acórdão 2817, há um trecho que diz que a transferência de recursos vinculados a quantidade de mortes poderia ser incentivo para supernotificação.

“Supernotificação por mais verba federal”

Bolsonaro também afirmou que estados aumentaram os dados “em busca de mais dinheiro”, o que, segundo ele, será investigado pela Controladoria-Geral da União (CGU).

“Nós vamos para cima agora para exatamente apurar quais estados que fizeram supernotificação em busca de mais dinheiro. Quem pagou a conta alta com isso, com essas políticas de supernotificação, que tinha que ser justificada por lockdown, por toque de recolher? O mais pobre que perdeu sua renda”, disse o presidente.

Em 2020, o Brasil registrou 22% a mais de mortes por causas naturais do que o era esperado, segundo levantamento divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). As mortes por causas naturais incluem as que ocorreram por doenças, como a Covid-19. Nesse critério, não entram aquelas por acidentes ou armas de fogo, por exemplo.

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