Na madrugada desta segunda-feira (29/7), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleição do presidente Nicolás Maduro. Entretanto, a oposição rejeita o resultado e afirma que Edmundo González venceu com cerca de 70% dos votos.
Durante uma coletiva, a oposição denunciou irregularidades no processo eleitoral, destacando dificuldades para acessar as atas impressas das zonas eleitorais, com apenas 40% dos documentos reunidos.
Em seu primeiro discurso após a reeleição, Maduro acusou agentes internacionais de promover um “ataque massivo” ao sistema eleitoral, sem apresentar evidências concretas.
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, comunicou que, com 80% das urnas apuradas, o resultado parcial é irreversível, indicando vitória para Maduro com 51,2% dos votos (5.150.092 votos). Edmundo González obteve 44,2% (4.445.978 votos). Amoroso também relatou um ataque ao sistema de transmissão de dados, classificado como terrorismo e em fase de investigação.
A eleição foi marcada por controvérsias, com críticas da oposição e da comunidade internacional. González era o favorito nas pesquisas.
Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, iniciou sua carreira como sindicalista e assumiu a presidência em 2013, após a morte de Chávez. Com o novo mandato, o chavismo permanece no poder por mais de 20 anos.
A líder da oposição, María Corina Machado, questionou o resultado oficial e pediu transparência na apuração. Ela reafirmou a luta pela liberdade na Venezuela.
Líderes internacionais também expressaram ceticismo. O presidente do Chile, Gabriel Boric, exigiu transparência, enquanto o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e o presidente da Colômbia, Iván Duque, rejeitaram o resultado, alegando fraude.
Durante a eleição, Maduro fez previsões alarmantes de violência em caso de derrota, mas posteriormente prometeu reconhecer o resultado. O PUD, por sua vez, orientou eleitores a acompanhar a contagem dos votos.
A candidatura de Edmundo González foi oficializada após a exclusão de outras duas candidatas da oposição, incluindo María Corina Machado, por questões administrativas e problemas no sistema de candidaturas.