O Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul condenou, por danos morais, um laboratório de Pelotas, no sul do Estado, a indenizar em R$ 20 mil uma mulher que teve a mama retirada sem necessidade. A paciente recebeu um diagnóstico errado para câncer de mama, passou por quatro sessões de quimioterapia desnecessárias e descobriu, após o tratamento, que o diagnóstico estava equivocado. A decisão é do final de dezembro do ano passado, mas foi divulgada nesta terça-feira (23).
O caso ocorreu em 2016. O primeiro diagnóstico de câncer aconteceu em outubro e dois meses depois, a paciente foi encaminhada para a cirurgia de retirada da mama. Após o procedimento cirúrgico, o material foi enviado ao laboratório novamente para biópsia. O resultado constatou câncer de mama e acrescentou que seria necessária a realização de um exame específico, de maior precisão, para confirmar a presença de câncer.
Meses depois, em fevereiro de 2017, o exame foi feito por outro laboratório e constatou que nunca houve tumor maligno. O material foi submetido à biópsia, e o resultado foi negativo para câncer. A Justiça analisou os documentos, laudos médicos e depoimentos de testemunhas da época, concluindo que os exames produzidos pelo laboratório estavam errados.
A decisão é do juiz Rodrigo Otávio Lauriano Derreira, da Comarca de Piratini, e foi analisada pela 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, que manteve, por unanimidade, a decisão. O colegiado acompanhou o voto da relatora, desembargadora Eliziana da Silveira Perez.