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Oficinas terapêuticas do espaço de Saúde Mental do HBST contribuem no acolhimento e socialização dos internados

Parte da equipe que atua no setor de saúde mental do HBST. Na foto, a enfermeira Michele Kuhn, a assistente social Sheila Nascimento e a técnica de enfermagem Rosimeri da Costa Marques.

O Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST) conta com 10 leitos de internação no Setor de Saúde Mental. O local atua no tratamento e reinserção social de pessoas com algum tipo de transtorno mental, incluindo a dependência química. O atendimento ocorre via Sistema Único de Saúde (SUS) e é feito por uma equipe multiprofissional que reúne assistente social, enfermeira, técnicos de enfermagem, terapeuta ocupacional, psicólogo e psiquiatras.

Os profissionais são responsáveis por promover diferentes intervenções e estratégias de acolhimento e socialização aos pacientes. Uma dessas ações são as oficinas terapêuticas que incluem diversas atividades, como artesanato,  rodas de conversa, leitura, “cineminha” com filmes pontuais para conversas na sala de TV, atividade ao ar livre, oficina de cuidados pessoais, entre outras.

A assistente social  Sheila Nascimento destaca que o objetivo das atividades é trabalhar o lado psíquico e social, sempre na intenção de deixá-lo mais próximo possível do convívio dos profissionais, dos demais internados e da sociedade, para quando retornarem para suas rotinas. “Quando o paciente chega, primeiro fizemos o convite para participar. É livre, mas aos poucos vamos conversando, motivando e eles vão percebendo que é interessante. Pelo segundo ou terceiro dia de internação começam a se integrar e a participar. Vamos adequando as oficinas , conforme o público. Alguns gostam de pintar, outros preferem ler ou assistir a um filme. É importante participar para promover essa integração entre eles e com os profissionais”, destaca Sheila.

Em datas comemorativas, como no Natal, os pacientes são incentivados a produzir enfeites especiais. “Muitos materiais produzidos nas oficinas são usados para decorar os ambientes do setor de saúde mental. Além disso, eles gostam tanto que acabam levando alguns para casa como uma recordação, um presente que fizeram para eles mesmos”, afirma a assistente social.

A enfermeira Michele Kuhn acrescenta que o intuito deste trabalho é também fazer com que o período da internação seja mais leve. “A gente busca oferecer um ambiente de internação que não seja sufocante. Temos as oficinas que, a partir delas, os pacientes começam a criar vínculos conosco, a se conectar mais. Acompanhados de um profissional, eles podem ir até o jardim, mas também tem os momentos de disciplina, de horários, pois é importante que, neste processo de recuperação, a gente insira algumas regras e uma rotina diária”, explica.

Sheila enfatiza ainda a importância de um trabalho junto aos familiares e aos municípios. “A proximidade com as famílias é uma grande evolução que vivemos no serviço de saúde mental. Estamos sempre incentivando o familiar para participar, para estar junto. Os municípios também. Todos os municípios em que temos pacientes internados, conversamos sobre a importância da sequência do trabalho quando eles retornarem aos seus lares, pois no caso da dependência química, por exemplo, ela muitas vezes não é vista da forma correta, que ela é uma doença e que tem tratamento”, reforça.

Evolução no tratamento
A médica psiquiatra Renata Teloken chama atenção para os ganhos com os trabalhos em grupos na evolução do tratamento. “Com as oficinas e a terapia ocupacional, os pacientes voltam a ter uma capacidade de fazer algo bom, pois  muitas vezes estão deprimidos, com algum sintoma  que os levou a perder a capacidade temporariamente de fazer algo por eles. E com essas atividades em grupo, eles retornam algumas capacidades, melhorando a autoestima. Tudo isso ajuda na evolução do tratamento”, diz. “A socialização entre eles também é um ponto importante e os grupos, no geral, dão suporte e apoiam, pois no mesmo espaço tem pacientes que internaram há dois dias e outros que já estão para ter alta médica e, então, eles conversam sobre os seus sentimentos, famílias. A troca e integração são importantes&quo t;, afirma.

Além das oficinas terapêuticas, atividades físicas são realizadas por adesão. Os internados  são convidados a participar de momentos ao livre em um espaço próximo ao Hospital e de uma oficina de futebol que funciona no Ginásio Nossa Senhora Aparecida. Também estão em fase de implantação uma oficina musical e novas atividades com a terapeuta ocupacional.

Intermental
O HBST também foi o idealizador do Intermental, evento que reúne usuários, familiares e profissionais de Saúde Mental do Vale do Taquari em um dia de inclusão, lazer e jogos de futsal. A atividade ocorre anualmente em Encantado e, na 10ª edição em 2022, reuniu cerca de 400 participantes.

O Hospital Beneficente Santa Terezinha recebe pacientes oriundos de todos os municípios que integram a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde, por meio do Sistema GERINT (Sistema de Regulação Hospitalar do Estado do RS), de acordo com alguns critérios pré-definidos pela Instituição. Em média, o tempo de internação no espaço de Saúde Mental é de cerca de 21 dias.

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