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#ColunaAgro | No dia 5 de maio comemorou-se o dia do campo

Dia do Campo

No dia 5 de maio comemorou-se o dia do campo. Data que não é de conhecimento para muitos, ela relembra a família do campo, produtora de alimentos que nutre o núcleo familiar e a cidade. No entanto, este perfil de produtor tem passado por mudanças ao longo das décadas. Na década de 1970, foi estabelecido o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que se tornaria responsável por regulamentar e executar as políticas agrícolas dentro do território nacional. Foi também nesta década, que iniciou um forte êxodo rural, levando com que as famílias, que na época eram mais numerosas, tivessem parte de seus componentes desistindo das atividades rurais, e migrando para a cidade, ou grandes cidades. Os motivos na época eram diversos, mas desde lá, relacionavam-se às dificuldades. Com o aumento da mecanização, a quantidade de serviço e área disponível de terras, era para muitos, o fator decisivo para a definição de quem seguiria com as atividades agropecuárias. Segundo o pesquisa do IBGE ano 2015, em torno de 84,7% da população brasileira reside em área urbana, enquanto apenas 15,28% ficaram no meio rural. Estes números variam conforme a região do país, sendo a maior diferença entre a região Sudeste, em que 93,14% das pessoas residem em meio urbano. De outro lado, a região Nordeste tem o maior percentual em área rural, em torno de 26%. Hoje, o cenário do êxodo rural traz outra difícil realidade: a mecanização não é suficiente para a demanda de serviços do campo. Com isso, esta diferença entre a proporção das pessoas que ficaram no campo para seguir produzindo, para a enorme parcela da população que está nas cidades, onde a produção de alimentos é sabidamente menor, se traduz em um menor grupo de pessoas produzindo, para uma elevada necessidade de alimentos. Talvez, a parte mais sensível sobre este distanciamento das pessoas da cidade com o campo, seja o fato de com que aos poucos deixem de conhecer de que forma são produzidos os alimentos e desconheçam a beleza desta nobre atividade.

Internet no campo

Embora a tecnologia venha avançando rapidamente, a conectividade ainda é dificuldade para pelo menos 13 milhões de brasileiros, segundo estudo desenvolvido por uma parceria entre Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Banco Mundial, a Bayer, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), a Microsoft e a Syngenta. Os dados, que foram coletados entre os anos de 2020 e 2022, mostram que enquanto na cidade pelo menos 79% das pessoas estão conectadas, no campo este número cai para pelo menos 43% na população rural. Hoje, a conectividade promovida pela internet, mais do que conectar pessoas distantes, permite o acesso à informação, que transcende o aspecto social para o produtivo e econômico. Para se ter uma ideia, 13 milhões de brasileiros é um número um pouco superior à população da cidade de São Paulo, que é a cidade mais populosa do brasil, com 12,7 milhões de pau.

Milho gaúcho

O avanço da área de colheita de milho seguiu em ritmo lento nas últimas semanas, devido ao tempo chuvoso e as lavouras de soja em atraso. As áreas de milho alcançam 86% da área plantada, que segue com produtividade média esperada abaixo da média estimada no início da safra. Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI), a média de produtividade desta safra segue em 4,4 toneladas/hectare, o que equivale a 73 sacos/hectare, o que significa 39% a menos do que a projeção inicial, para os 810 mil hectares cultivados com o cereal. Em relação às lavouras de milho cultivados em safrinha, que em sua maior parte serão destinados à produção de silagem, estas tiveram bom desenvolvimento para as condições de safrinha, e em sua maior parte encontram-se em período de ensilagem nestas próximas semanas. A oferta de lavouras de milho destinadas à produção de silagem é grande na região do Vale do Taquari, e tem um mercado aquecido nesta safra, devido à quebra da safra de verão, que foi sob efeito de La Niña. Segundo estimativas da Emater/RS, dos 357 mil hectares cultivados de milho para silagem no Estado do Rio Grande do Sul, pelo menos 93% das áreas já foram colhidas, com a média de produtividade de silagem do Estado, situando-se em 20 toneladas/hectare, o que é 47% menor do que a expectativa inicial da Instituição.

 

Mercado da soja

Fatores de ordem mundial, como a crise bancária americana, a valorização do óleo de soja, o impacto no mercado de comodities, o petróleo em queda, a sinalização da China para diminuição da dependência de soja do mercado externo, entre outros, afetaram o valor de comercialização da soja, vem sendo praticado abaixo do esperado pelos produtores. Com isso, muitos produtores tem comercializado a soja conforme a demanda, esperando o retorno de um período de preço de venda mais valorizado. No Estado do Rio Grande do Sul, a colheita segue em atraso em relação ao mesmo período do ano passado, em virtude das últimas semanas de chuva, estando em pelo menos 87% da área cultivada, o que representa mais de 5,6 milhões de hectares, dos 6,5 milhões de hectares cultivados com a leguminosa. A produtividade estimada é de 1,9 toneladas/hectare, o que equivale a 32 sacos/hectare de média, considerando os plantios entre safra e safrinha. Esta média de produtividade, assim como para o milho grão e silagem, representa quebra de safra. No entanto, a quebra é de menor ordem para a soja, sendo 38% menor em relação à projeção inicial.

Azeite de Oliva

O mercado brasileiro, com 100 milhões de litros ao ano, além de grande consumidor de azeite de oliva, é também um dos maiores produtores do mundo. É em nosso Estado, que ocorre a maior produção de azeite de oliva extravirgem do país, com pelo menos 450 mil litros produzidos no ano de 2022. A expectativa é de aumento para o presente ano, devendo alcançar os 500 mil litros. No Rio Grande do Sul, além de movimentar 17 indústrias, mão de obra temporária nos meses de fevereiro a abril, a produção de oliveiras também aquece o turismo. Com a intenção de aproximar o consumidor do produto final, cada vez mais as indústrias tem investido para abrir as porteiras da fazenda para que o turista possa conhecer os olivais, e o caminho que o produto percorre na indústria, até chegar a mesa do consumidor. Oportunidade de geração de renda e empregos, é uma oportunidade para aproximar o consumidor da produção de alimentos, e permitir que a população possa novamente conhecer e valorizar a produção do alimento.

Problemas na safra americana de trigo

O Kansas, que é o Estado Norte Americano de maior produção de trigo, passa por uma severa seca, o que prejudica a produtividade do trigo e a oferta mundial deste cereal. Por lá, a falta de chuvas vem desde a implantação das lavouras de trigo, levando à certeza de quebra de safra. Essa quebra na safra nos EUA, e o menor estoque de trigo no mundo podem sinalizar bons preços e oportunidades para o trigo brasileiro. No Brasil, devido ao clima distinto entre as regiões, as lavouras de trigo tem estádios de desenvolvimento diversos. No Paraná, os produtores seguem em ritmo de semeadura, com pelo menos 40% da área semeada prevista. Em Goiás, o trigo de sequeiro já foi semeado em toda a área prevista, restando apenas parte das áreas sob irrigação. Nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as áreas semeadas tem menor representatividade, em virtude da janela de plantio. Este ano, com a previsão da ocorrência de El Niño, que sinaliza maior volume de chuvas a partir de julho, são necessários mais cuidados para a diminuição do risco e manutenção da rentabilidade da atividade. O Departamento de Agricultura e Pecuária dos Estados Unidos (USDA) prevê uma queda de produtividade, que reflete no menor estoque de grãos de trigo, em relação a necessidade de uso a nível global de trigo. Além disso, pelo menos metade destes volumes em estoque, são da China.

 

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