Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) propôs nesta terça-feira incluir o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), também membro da comissão, como o 81° alvo de pedido de indiciamento. Ele foi acusado de disseminar desinformação e fake news sobre os tratamentos para pacientes com Covid-19.
O pedido foi feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e acolhido em seguida por Renan, que comentou que o colega “reincidiu todos os dias na divulgação de estudos falsos negados pela ciência”. “Pela maneira como incitou o crime em todos os momentos, eu queria nesta última sessão dar um presente a vossa excelência: será o 81º primeiro indiciado dessa CPI”, disse o relator dirigindo-se a Heinze.
Defensor de medicamentos do ‘kit Covid”, Heinze apresentou seu relatório em separado com 284 pesquisas favoráveis à hidroxicloroquina e 137 estudos da ivermectina. Ao defender os medicamentos, interrompeu sua fala ao ouvir comentários da mesa, e rebateu:
“Eu quero que respeite. Eu falo em nome de cientistas e não de charlatões (…) pesquisas não são narrativas”, afirmou.
Heinze também elogiou o Conselho Federal de Medicina (CFM), que transferiu para os médicos a responsabilidade pela prescrição de medicamentos. O senador defendeu Bolsonaro e não poupou criticas à CPI.
“Essa aberração (a CPI) foi uma das mais alucinantes que o Congresso produziu em toda sua história (..) e foi armada para condenar os fatos na tentativa grosseira de derrubar o presidente da República e evitar sua eleição em 2022.”
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), se incomodou com uma expressão usada pelo senador gaúcho em que se referiu aos parlamentares do G7 como “ajudantes de ordem” de Renan Calheiros.
“Quem são os ajudantes de ordem que Vossa Excelência se referiu, senador Heinze?”, questionou Aziz.
Na sequência, o senador Alessandro Vieira (Ciidadania-SE) pediu o indiciamento de Heinze, justificando que a comissão não poderia se omitir sobre as “notícias falsas” lidas pelo integrante do PP e lembrando que ela pediu o inidiciamento do presidente da República.
“Não pode fechar os olhos agora”, disse ele.