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Vacinas contra Covid-19 no Brasil: saiba quem pode ou não se vacinar e porquê

Com a aprovação emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para as vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz, muitas dúvidas começaram a surgir sobre quem pode ou não se vacinar.

Segundo os especialistas consultados por VivaBem, as duas vacinas aprovadas pela agência apresentam contraindicações semelhantes e podem ser aplicadas na maioria da população.

(Photo by Graeme Robertson / various sources / AFP)

50%, 38%, 78%, 100%: o que significa cada percentual da CoronaVac

Isso quer dizer que pessoas com câncer, asma, cardiopatia, imunodeprimidas, entre outras condições, podem sim se vacinar. Mas também existem alguns pontos que devem ser destacados, incluindo orientações das bulas da CoronaVac e da AstraZeneca. Confira abaixo:

Quem não pode se vacinar

Desta forma, as únicas pessoas que não poderão fazer o uso das vacinas são aquelas que já tiveram reações alérgicas, como anafilaxia (reação grave), por algum dos componentes. No caso da vacina do Instituto Butantan, são eles: hidróxido de alumínio, hidrogenofosfato dissódico, di-hidrogenofosfato de sódio, cloreto de sódio e hidróxido de sódio.

Já a vacina da AstraZeneca inclui os seguintes excipientes: cloridrato de L-histidina monoidratado, cloreto de magnésio hexaidratado, polissorbato 80, etanol, sacarose, cloreto de sódio e edetato dissódico di-hidratado (EDTA).

Essa mesma regra vale para os indivíduos que já foram vacinados pela primeira dose da CoronaVac e tiveram anafilaxia. Desta forma, eles não devem receber a segunda dose da vacina.

Quem pode, mas com precauções

Alergia a outras vacinas

Agora, se a pessoa já teve histórico de reações alérgicas com outras vacinas, ela pode, sim, se vacinar, mas com algumas ressalvas importantes. A orientação, neste caso, é
1) avisar o profissional de saúde sobre o histórico;
2) ter certeza que o local oferece suporte para caso ocorra uma reação; e
3) que a pessoa fique em observação entre 15 e 30 minutos após aplicação da vacina.

De acordo com os especialistas, o Brasil possui boas práticas de vacinação e os locais, normalmente, estão preparados para atender um possível evento adverso grave e que necessita de atendimento imediato.

A mesma precaução vale também para pessoas com histórico de alergias com medicamentos ou alimentos. Elas podem se vacinar, mas devem ficar atentas aos fatos citados acima. Em situações de quadro de rinite alérgica, por exemplo, não há motivos para contraindicação.

Grávidas e lactantes

As grávidas e lactantes também fazem parte deste grupo. Primeiro, é importante esclarecer que não foram feitos estudos com este público, então não há nenhuma recomendação formal neste caso. Mas, ao mesmo tempo, a CoronaVac, por exemplo, utiliza a mesma tecnologia da vacina contra gripe (influenza) — liberada e já aplicada nas gestantes.

Já a da AstraZeneca/Oxford diz, na bula, que a vacinação com a vacina Covid-19 não é recomendada durante a gravidez. O uso em mulheres grávidas “deve ser baseado em uma avaliação se os benefícios da vacinação superam os riscos potenciais”.

O que os especialistas indicam é que, neste caso, a gestante e/ou lactante avalie com o obstetra os riscos e os benefícios da vacinação, principalmente se for profissional da saúde ou do grupo de risco.
A Frebasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), inclusive, emitiu uma nota explicando que “a segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas em gestantes e lactantes. No entanto, estudos em animais não demonstraram risco de malformações”.

Além disso, a Federação disse que é importante que o grupo seja informado sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas, assim como os dados ainda não disponíveis. “A decisão entre o médico e a paciente deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade; a potencial eficácia da vacina; o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém-nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal”.

Pessoas que usam anticoagulante

Quem toma anticoagulante também deve receber um cuidado especial. A CoronaVac, assim como todas as vacinas injetáveis, deve ser administrada com precaução em indivíduos com trombocitopenia ou coagulopatias.

Nestas situações, podem ocorrer hemorragias após a aplicação intramuscular nesses pacientes. O indicado é colocar gelo na região por 5 minutos após a aplicação, se possível.

Pessoas com deficiência na produção de anticorpos

Sim, quem tem alguma deficiência na produção de anticorpos, seja por problemas genéticos, imunodeficiência ou terapia imunossupressora, também deve ser vacinado. A única ressalva é que a resposta imunológica pode não ser alcançada, mas é melhor vacinar.

Quem deve adiar a vacinação

Também existem situações “momentâneas” que podem apenas adiar a vacinação. Pessoas que estão com Covid-19 ou suspeita da doença devem esperar quatro semanas após o surgimento dos primeiros sintomas. Além disso, pessoas com Covid ou suspeita devem ficar isoladas para evitar a contaminação de outras pessoas.

Em casos de febre acima de 37,5ºC no dia da vacinação ou nas últimas 24h, os especialistas também recomendam adiar.

Pessoas com doenças crônicas não só podem como devem se vacinar, já que também estão no grupo de risco. Entretanto, caso esteja passando por um momento agudo da doença, o ideal também é apenas adiar a vacinação. Um exemplo é a pessoa com asma que, naquele dia, está com crise acompanhada de febre: é só esperar passar.

E as crianças?

Das vacinas aprovadas para uso emergencial, nenhuma delas inclui menores de 18 anos nos estudos. Isso porque o grupo não é considerado prioritário neste momento, como os idosos e profissionais de saúde, já que a doença tende a ser muito leve nas crianças.

Algumas farmacêuticas, inclusive, já estão fazendo estudos para a faixa etária abaixo dos 18 anos, então, segundo os médicos, é provável que em breve apareçam resultados para este grupo.

Quem pode se vacinar

Vacinação é segura

Não é preciso ter medo, as vacinas são seguras. A vacina produzida pela Universidade de Oxford usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante. Por isso, utiliza um “vírus vivo”, como um adenovírus, que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde. A eficácia média, segundo os cientistas responsáveis, é de 70%.

Já a CoronaVac é feita com o vírus inativado. Isso significa que o vírus é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois inativado por meio de calor ou produto químico. Ou seja, o corpo que recebe a vacina com o vírus —já inativado— começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença.
Essa técnica não é nova, pelo contrário, ela é muito utilizada entre as produções do Butantan, por exemplo. Portanto, ela é segura. Sua eficácia geral de 50,38% significa que as pessoas têm 50,38% menos risco de adoecer por Covid-19.

O foco da vacinação é evitar que mais pessoas adoeçam, necessitem de internação e morram. Além disso, é um ato coletivo e não individual. Ao se vacinar, você também protege as pessoas ao seu redor, principalmente as que não podem receber a imunização.

 

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