Abril Laranja é o mês da conscientização e prevenção contra a crueldade animal. A data serve para lembrar que, assim como a vida humana, a vida dos animais, seja um cachorro, gato ou qualquer outra espécie deve ser cuidada e respeitada. Isso significa que qualquer ato de violência ou crueldade contra os bichinhos não deve ser tolerado.
É importante fazer algo a respeito, como acionar a lei de maus-tratos a animais para que o animal em questão seja resgatado e tenha todos os cuidados de que precisa, além de garantir que o agressor receba a pena prevista na legislação.
A importância de ter abril como o mês da prevenção dos maus tratos e crueldade aos animais está nos números. De acordo com estudo realizado pelo Instituto Pet Brasil (IBP), no país há 185 mil animais de estimação resgatados após abandono, sendo que 60% são vítimas de maus-tratos.
Com gastos crescentes e portas por vezes fechadas, todas as associações da área têm duas características em comum: a defesa e o amor pelos animais, e a necessidade de doações da comunidade para seguirem trabalhando. São resgates, abandonos, maus-tratos, castrações, cirurgias. Além do apoio financeiro, apoio em eventos beneficentes e lares temporários também são bem-vindos às entidades.
Conheça um pouco de cada uma delas.
Encantado
AEDA, Anjos de 4 patas e Acolher
Em Encantado, o grupo de voluntárias da Associação Anjos de 4 Patas, recebe diariamente pedidos de ajuda e de abandono de animais. Segundo a voluntária Michele Nicolau, os gastos do início do ano até metade de abril já estão passando de R$ 10 mil, entre despesas de medicamentos, atendimentos médicos e compra de ração. Por mês, os gastos das voluntárias variam em torno de mil reais. Atualmente, elas têm seis animais em lares temporários.
“Estamos devendo cinco mil reais na Pousada do AuAu. Então toda ajuda é bem recebida, precisamos de apoio da comunidade”, afirmou. Afim de arrecadar mais lucros, as protetoras resolveram fazer um “Brechó Voluntário em Prol da Causa Animal”, onde todo o valor arrecadado é destinado para causa animal. No momento, elas estão recebendo doações de roupas de inverno para no próximo mês realizar o brechó.
“Fazemos o que podemos para ajudar os animais, mas nem sempre conseguimos dar conta de toda demanda. Às vezes não é nem o dinheiro, e sim o lugar para colocar o animal depois de passar por algum tratamento. Todo mundo tem pena, mas poucos concedem um lar temporário, mesmo as despesas sendo arcadas pela associação”, ressaltou. A Associação Anjos de 4 Patas atua há mais de cinco anos no Município, realizando um trabalho totalmente Voluntário. E lamentam receber julgamentos quando não conseguem socorrer um bichinho. “As pessoas esquecem que as protetoras têm família, momentos de lazer, contas próprias para pagar. Para certas pessoas, é uma obrigação o nosso trabalho”, finalizou.
A AEDA (Associação Encantadense de Defesa dos Animais) atua em Encantado há vários anos lutando pelos direitos dos animais. Atualmente, a Associação conta com 27 cães em lares temporários e mais de 60 gatos, que recebem cuidados e proteção das voluntárias. Embora os casos de maus tratos não sejam tão comuns em Encantado, o abandono constante de animais é uma realidade enfrentada pela AEDA.
“Todos os dias recebemos denúncias de alguma maldade ou chamados de abandono”, afirmou Salete Ferreira, presidente da AEDA. Ela conta que, recentemente, foram acionadas para resgatar seis filhotes de gatos recém-nascidos, abandonados em uma cesta de lixo no bairro Planalto em Encantado. Elas resgataram e deram abrigo aos gatinhos, e um boletim de ocorrência foi registrado para identificar e punir os responsáveis pelo abandono.
Os gastos da AEDA ultrapassam os R$ 5 mil por mês, principalmente em rações, medicamentos e atendimentos médicos veterinários. “Não é fácil, tudo envolve dinheiro, e muitas vezes não conseguimos arcar com todos os custos. Precisamos de ajuda de toda a comunidade”, ressaltou a presidente. Até dezembro do ano passado, a AEDA recebia apoio financeiro da Prefeitura Municipal de Encantado para atendimentos, alimentação, castração, testes FIV E FELV, vacinas. A Associação está em tratativas para renovar o contrato.
No ano de 2022, surgiu a Associação Acolher em Encantado. A entidade que não possui sede, portanto não recolhe animais de rua e depende exclusivamente de doações para manter suas atividades, tem como objetivo principal a arrecadação de fundos através de campanhas.
De acordo com a vice-presidente, Pâmela Koslowski, “A entidade custeia o atendimento veterinário de animais de rua sempre que necessário“. De janeiro a março deste ano, a Associação gastou R$ 26 mil em atendimentos veterinários”.
Atualmente, a Acolher tem 6 animais sob tutela, que estão alojados em hotel, gerando uma despesa fixa de R$ 90,00 por dia. “Para nós não há uma média exata de abandonos ou de casos de violência, a Associação atende de acordo com a demanda”, afirmou Pâmela.
Para ajudar a Associação Acolher, há diversas formas de contribuição. Uma delas é o Troco Solidário, em que os proprietários de estabelecimentos comerciais podem colocar em seus estabelecimentos uma caixa para doação de dinheiro. Além disso, em parceria com a Clínica Os Salvadores, a Associação oferece mensalmente castração a baixo custo para os animais.
Com essas ações e ajuda da população, a Associação Acolher espera continuar seu trabalho em defesa dos direitos dos animais e na promoção de uma cultura de respeito e cuidado com esses seres vivos tão importantes para o equilíbrio do meio ambiente.
Além das formas de auxílio para as associações e ONGs descritas na matéria, a população pode contribuir doando qualquer valor por meio do pix ou por depósito em conta bancária.
ROCA SALES
Protetoras voluntárias
A média é de cerca de cinco abandonos de cães por mês. Embora a violência direta contra esses animais seja rara, o descuido é evidente, muitos cães são deixados amarrados ao sol ou à chuva, sem acesso a alimentos ou água.
Durante o verão, o número de denúncias aumenta para cerca de 10 por mês, enquanto no inverno diminui para cinco. Felizmente, há um grupo de protetoras voluntários em Roca Sales que trabalham incansavelmente para ajudar esses animais. Atualmente, elas estão cuidando de cerca de 10 cães em lares temporários, fornecendo-lhes abrigo, comida, água e muito amor.
Mas as voluntárias enfrentam constantemente altos custos devido às necessidades médicas dos animais. De acordo com uma das protetoras voluntárias que atuam em Roca Sales, Marisa Kummer, os gastos anuais com os cuidados aos animais abandonados podem chegar a R$20 mil.
“Dependendo da situação, as despesas podem variar de R$ 100 a R$ 3 mil. Por exemplo, se um cão precisa de cirurgia ou internação devido a uma fratura, os custos são significativamente mais altos. Isso significa que precisamos de todo o apoio que podem obter para continuar ajudando os animais em situações de vulnerabilidade”.
Projeto contempla castração de pets de tutores de baixa renda. R$ 50 mil já foram investidos
A Unidade Móvel Veterinária, conhecida como Castramóvel, realizou na primeira quinzena de abril mais de 270 procedimentos cirúrgicos entre cães e gatos, beneficiados com a castração gratuita. O projeto tem como objetivo oferecer castração gratuita para pets de tutores de baixa renda cadastrados no Centro de Referência e Assistência
Social (CRAS). Os beneficiados são avisados com antecedência e orientados sobre os procedimentos pré-cirúrgicos. O projeto visa o controle da população de cães e gatos e a redução de problemas futuros na saúde. Essa é a segunda etapa do projeto iniciado em outubro de 2022, com custeio próprio do município, investindo R$ 50 mil. A ProBem Clínica Veterinária de Caxias do Sul é responsável pelo serviço prestado.
Como participar:
Os interessados em participar devem realizar o cadastro para a castração gratuita presencialmente no setor de Vigilância Sanitária, no Centro Administrativo Adroaldo Conzatti, com CPF e comprovante de residência. Os tutores entram para uma lista de espera e são informados de acordo com a realização de novos procedimentos. É importante manter o contato atualizado para que possam ser agendados e orientados sobre os procedimentos pré-cirúrgicos.
A castração é fundamental para controlar a população de animais e prevenir doenças. Além disso, contribui para a melhoria da qualidade de vida dos pets e para a promoção da saúde pública.