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Afinal de contas, que culpa tenho eu de ser um privilegiado?

Culpa de quem? Não pedi para nascer, mas nasci. Nasci homem e branco, depois me tornei hétero, fiz uma graduação e até algumas pós-graduações, aproveitei o que a vida me deu e dá de melhor.

Se existisse uma cadeia alimentar, eu estaria do meio para cima.

Muito mais reflexões do que ações, alguns chamam de maturidade, eu? Eu chamo de preservação, de se dar conta de que estou no mundo e ocupo um espaço, um espaço pelo qual eu sempre lutei, ou acredito que lutei.

Voltando ao meu espaço privilegiado… após muito refletir, dei-me conta de que não sou culpado por ocupar o lugar que ocupo, porém (sim, sempre tem um porém), sou responsável por estar aqui, assim como sou responsável por manter ou não essa tal de cadeia alimentar que favorece uns e desfavorece outros.

Caro leitor, como dizia o sábio, a ignorância é um balsamo, sabe por quê? Depois que a consciência da responsabilidade bate na tua porta, negar teu privilégio te torna um verdadeiro “cuzão”, e como dizem os jovens: Tio, não seja um “cuzão”!!!

O privilégio está na consciência do meu/teu lugar, e este é um espaço somente meu/teu, até quando vamos negar nosso espaço, até quando vou deixar meu lugar para o outro ou vou me apropriar desta existência? Afinal somos privilegiados, cada um no seu lugar na medida em que tomamos esta consciência…

 

 

 

 

DANIEL CADORE
Psicólogo
Avaliação Psicológica
Especialista em saúde do
adolescente e em Gestalt Terapia.
(51)99918.4899

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