Angela Villela Olinto nasceu em Boston, nos Estados Unidos, enquanto seu pai fazia pós-graduação no MIT. Mas não tem problema: ela se mudou para o Brasil com dois anos de idade, e se considera muito mais brasileira do que americana. 

Aos 16 anos, já era apaixonada pela ciência e iniciou o curso de Física, na PUC do Rio de Janeiro. Terminou a faculdade aos 20 e se mudou novamente para Boston para começar seu doutorado no MIT. Lá, seu foco era estudar física de partículas. 

“A ideia de que a gente pode se comunicar com a natureza por meio da matemática sempre foi uma coisa fascinante”, diz a pesquisadora. 

Referência mundial

Angela é líder no campo da física das astropartículas e professora da Universidade de Chicago. Integrou a Academia Nacional de Ciências, que, só neste ano, elegeu 120 membros, sendo 59 mulheres.

Além disso, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências, título que a coloca ao lado de nomes como Albert Einstein, Martin Luther King, Winston Churchill, Nelson Mandela, Charles Darwin e muitos outros.

Qual é o trabalho da pesquisadora?

Olinto estuda as astropartículas. Elas que representam a união entre a astrofísica e a física de partículas. Segundo ela, deste modo é possível entender mais sobre as leis fundamentais da natureza.

A especialista é responsável pelo projeto EUSO-SPB, da NASA. Ele consiste em um balão de alta pressão que viaja numa altitude de 33 quilômetros. Com previsão de voo para 2023, seu objetivo é detectar raios cósmicos de ultra alta energia. 

Outro projeto seu é o POEMMA, que, se aprovado para construção e lançamento, captará mais informações sobre as astropartículas energéticas, os raios cósmicos e neutrinos ultra energéticos, além de descobrir as suas fontes e interações até o final da década.

A importância do título

A Academia Americana de Artes e Ciências homenageia e reúne líderes de todos os campos da atividade. Ressalta novas ideias, aborda questões políticas, de tecnologia e segurança para o trabalho conjunto. A Academia é referência em escala global em diversas áreas do conhecimento, tornando seus estudos base nos assuntos internacionais.

Já a Academia Nacional de Ciências é uma instituição privada sem fins lucrativos, fundada pelo presidente Abraham Lincoln em 1863. Ela reconhece a conquista em ciência por meio de uma eleição do conselho, e – ao lado da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Nacional de Medicina – fornece conselhos e pesquisas sobre ciência, engenharia e saúde para o governo federal e outras organizações.