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1º Mostra Municipal de Iniciação Científica mobiliza EMEFs de Encantado

Foi realizada nesta sexta-feira (11), a última etapa do projeto de Iniciação Cientifica que vem sendo desenvolvido nas cinco escolas municipais de ensino fundamental (EMEFs) de Encantado, desde março. As apresentações dos 26 trabalhos, na 1º Mostra Municipal, ocorreram no Salão Paroquial e contou com a participação de aproximadamente 1.700 pessoas, entre alunos, professores, pais e comunidade em geral.

Com o objetivo de desenvolver o pensamento científico, de protagonismo e de empreendedorismo dos estudantes, o projeto foi dividido em duas categorias, 5º, 6º e 7º Ano e 8º e 9º Ano, com temática livre. Ao todo, 263 alunos se envolveram diretamente em pesquisas, levantamento de problemas, dados e soluções.

O prefeito Jonas Calvi foi conferir de perto o que os grupos desenvolveram e se surpreendeu com os resultados. “Vimos aqui o quanto eles se empenharam, apresentando com propriedade as informações que encontraram através de pesquisas, entrevistas e levantamento de dados. Fico muito feliz de ver o impacto que a educação tem. A educação transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo e, hoje, tivemos a prova disso, através dos nossos alunos, que desempenharam projetos em diferentes áreas e que demonstrou o pertencimento deles pela nossa comunidade e é através disso que vamos mudar a nossa cidade”, destacou.

“A gente acredita que é necessário fazer nossos alunos pensarem diferente, olhando o mundo com visão crítica e entendendo que é possível encontrarmos soluções para problemas do cotidiano ou além dele”, salientou a secretária de Educação e Cultura Stéfanie Casagrande.

A coordenadora das EMEFs Lili Telöcken adianta que a intenção é manter o projeto no próximo ano letivo. “Intencionalmente marcamos a Mostra Municipal próximo da feira regional para estimular e incentivar os alunos a se envolverem visando representar o nosso município. Deu certo. Observamos a empolgação e o sentimento de pertencimento em tudo que foi construído aqui, é uma iniciativa que veio para ficar”, frisa.

Trabalhos

Meio ambiente, tecnologia, turismo, esporte, saúde, causa animal e inovação foram alguns dos temas abordados, através da curiosidade dos alunos.

Na EMEF Érico Veríssimo o tema escolhido foi “Saúde bucal no contexto escolar e o cuidado de si”. As alunas Milena Schuman e Joana Bennemannidentificaram que a maioria dos alunos tem cárie pelo alto custo do profissional e de produtos como o enxaguante bucal e então desenvolveram uma solução caseira, a base de limão, bicarbonato, chá de hibisco e canela, de baixo custo e rentável.

“Foi uma oportunidade incrível. Trazer uma ideia que ninguém conhecia e ainda ajudar muitas pessoas”, definiram.

A mascote Batistinha e toda a mobilização turística que ocorre em Encantado despertou para um dos temas da EMEF Batista Castoldi. Para descobrir o impacto no turismo causado pelo abandono de animais, alunos realizaram pesquisa com visitantes da Suinofest e entrevistas com pessoas ligadas a causa animal. Eles descobriram que o problema é nível médio no município e para avançar sugerem mais campanha de conscientização e mais etapas de castrações, por meio do projeto Castramóvel da prefeitura.

A integrante do grupo Rafaela Pederiva Guizzo disse que nunca participou de nada parecido antes e que aprendeu muito ao longo do processo. “Não só em relação a pesquisas, escrita, prática, mas em se comunicar com as pessoas e desenvolver a apresentação em público”, comenta.

“Quais fatores nos influenciam a procurar/refugiar nos jogos e redes sociais?”, foi o assunto que despertou curiosidade de um dos grupos da EMEF Mundo Encantado. O aluno Renan Venturini explicou que através de entrevistas, entre elas com especialistas, eles observaram que os jovens que passam muito tempo nas redes sociais ou jogando sofrem com a falta de atenção ou exclusão social e usam as plataformas para conseguir se expressar melhor, pois se sentem seguros, ou ainda buscar pessoas as quais se identifiquem. Porém, este cenário causa prejuízos como baixo rendimento escolar, falta de sociabilidade e até o vício.

“Não temos uma “solução concreta”, mas o uso moderado dessas plataformas é uma opção. Nosso projeto foi bem desafiador e nos trouxe muitas reflexões acerca do assunto. Além do trabalho em equipe, do aprendizado, é uma forma de ajudar pessoas, pois exploramos um tema que faz parte da nossa realidade”, cita.

No Centro Municipal, saber como componentes eletrônicos automotivos são descartados foi o tema escolhido. Através do levantamento de dados, eles observaram que o descarte é incorreto e falta informação pra população. Baseado em três experiências – transformando a estrutura de um ventilador em afiador de faca, a sirene de um carro em um alarme e adaptando um motor da máquina de lavar roupas em uma bicicleta para transformar em uma bicicleta elétrica – eles mostram que é possível reciclar e reaproveitar esses materiais.

“Foi muito bacana e importante o projeto de Iniciação Cientifica. Além de aprender a gente pode passar conhecimento para outras pessoas”, fala o aluno Vitor Dallazen.

Os estudantes da EMEF Porto Quinze desenvolveram o projeto “Vidro: origem, descarte, transformação e destino correto”. Identificando que Encantado não possui o descarte correto desse material eles propuseram a instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) pela cidade e que uma empresa terceirizada faça o recolhimento e destino adequado.

Conforme Mikael Ferreira Scheidt e Caio GraciolaBoaro, o trabalho foi importante para a comunidade. “Todos nos envolvemos, nos divertimos e fizemos muitas descobertas, mas o benefício que trará para o nosso município é muito maior. Amamos trabalhar neste projeto!”.

Trazer a iniciativa para dentro da sala de aula também foi um desafio para os professores, que buscaram se apropriar do assunto com base no livro “Iniciação Cientifica para jovens pesquisadores”, de Fábio Ribeiro Mendes, e assim poder orientar os estudantes.

“Nunca tivemos esta experiência enquanto professor. Os nossos alunos não tinham o sentimento de protagonismo. Nosso papel foi instigar e despertar o interesse deles. Aos pouco os resultados foram aparecendo e observamos cada vez mais o envolvimento dos grupos. Estar aqui hoje é gratificante. Muitos alunos que não se sentiam a vontade de se expor em sala de aula nos surpreenderam se manifestando aqui hoje. Acreditamos que todos ganharam, é uma experiência que veio para somar e de muito aprendizado para ambas as partes”, ressaltam as profes Fabiana Demichei e Luciana Cossul, da EMEF Mundo Encantado.

Premiação

Todos os alunos receberam do prefeito Jonas um certificado de participação. O 1º, 2º e 3º lugar de ambas categorias foram agraciados com troféu, que ficará na escola, e os integrantes dos grupos vencedores receberam medalha.

As avaliações foram feitas pelo professor Rafael Kormann, Ana Paula Görgen, Roberto Pretto e a professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) Flávia Bulhões.

1º lugar categoria 1– EMEF MUNDO ENCANTADO

Projeto: DESCARTE DE RESÍDUOS

2º lugar categoria 1 – EMEF BATISTA CASTOLDI

Projeto: INFLUÊNCIA DA MÚSICA NAS EMOÇÕES DOS ALUNOS DO PRÉ, 8º E 9º ANOS DA EMEF BATISTA CASTOLDI DE ENCANTADO RS

3º Lugar categoria 1– EMEF MUNDO ENCANTADO

Projeto: REDUZINDO O DESPERDÍCIO DE PAPEL BRANCO NA E.M.E.F. MUNDO ENCANTADO: ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS PARA MINIMIZAR O CONSUMO

1º lugar categoria 2– EMEF ÉRICO VERÍSSIMO

Projeto: SAÚDE BUCAL NO CONTEXTO ESCOLAR E O CUIDADO DE SI

2º lugar categoria 2– EMEF MUNDO ENCANTADO

Projeto: QUAIS FATORES NOS INFLUCIAM A PROCURAR/REFUGIAR NOS JOGOS E REDES SOCIAIS?

3º Lugar categoria 2 – EMEF MUNDO ENCANTADO

Projeto: QUAIS SÃO AS CONTRIBUIÇÕES EM RELAÇÃO A CULINÁRIA QUE AS ETNIAS COLONIZADORAS DE ENCANTADO DEIXARAM COMO LEGADO?

Agora os primeiros colocados, de cada categoria, representarão o município na Feira Regional, que acontece em Estrela, nos dias 30 e 31 de agosto.

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