Regis André Pretto, de 34 anos, natural de Encantado, viveu uma experiência marcante ao participar da 99ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre. Realizada no dia 31 de dezembro de 2024, no coração de São Paulo, a prova é uma das mais tradicionais e celebradas do Brasil, atraindo atletas profissionais e amadores do mundo inteiro.
Com um percurso desafiador de 15 km, a São Silvestre é conhecida por sua atmosfera única, que mistura competição, festa e superação pessoal. No ano passado, mais de 37 mil corredores participaram, reforçando o evento como um símbolo do encerramento do calendário esportivo e do ano.
Regis, que é personal trainer, concluiu o trajeto em 1h16min, competindo na categoria geral. “Sempre gostei de me exercitar. Comecei a me interessar pela corrida, que tem se tornado algo muito significativo para mim”, conta. Inicialmente, ele não conseguiu completar os 15 km, alternando entre corrida e caminhada. Apesar da frustração, decidiu se superar e encarar a tradicional São Silvestre como sua primeira prova.
Preparação intensa
Decidido a participar, Regis começou a se preparar em setembro, com um plano de 13 semanas. “Escolhi a São Silvestre porque ela é especial, uma corrida festiva e marcante”, diz. Sua rotina incluiu três treinos semanais, combinando corridas curtas durante a semana e treinos longos nos fins de semana, que começaram com 8 km. Ele também ajustou a alimentação, perdeu peso e intensificou o fortalecimento muscular com musculação e pliometria.
No entanto, a preparação trouxe desafios. Na sétima semana, o atleta enfrentou uma inflamação no músculo sartório devido ao excesso de treinos, que incluíam pedaladas quatro vezes por semana. “Foi dolorido e quase pensei em desistir, mas reduzi o ritmo e foquei na recuperação”, relembra.
A grande prova
O dia da corrida foi inesquecível. “A São Silvestre não é só uma prova, é um evento único. É incrível ver tanta diversidade: desde atletas profissionais até pessoas fantasiadas ou correndo com muletas.” A famosa subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio testou seu limite, mas Regis encarou com determinação. “A energia do público faz toda a diferença. E ainda teve o humor do quilômetro 14 ser marcado como o 41, em alusão ao fim de uma maratona.”
Ao cruzar a linha de chegada, ele sentiu a emoção da superação. “Foi um marco pessoal. Toda a disciplina e esforço valeram a pena.”
Planos futuros
Agora, ele já pensa nos próximos desafios. “Quero participar de uma meia maratona e, quem sabe, uma maratona completa no futuro. A corrida me transformou e trouxe muita positividade.” Regis recomenda a experiência da São Silvestre a todos: “É mais do que correr; é uma celebração do espírito humano e da determinação.”
Corrida lidera como esporte mais praticado no mundo em 2024
A corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024, segundo o Relatório Anual Sobre Tendências de Esportes, divulgado ainda em dezembro pelo aplicativo Strava. De acordo com os dados do levantamento, o Brasil é o segundo país com o maior número de atletas dessa modalidade, somando mais de 19 milhões.
O relatório também mostrou um crescimento de 109% no número de clubes de corrida no País – quase o dobro da média global (59%) – e um aumento de 9% no número de maratonas, ultramaratonas e percursos de longa distância em 2024.
O aplicativo fitness responsável pelo estudo também compartilhou o ritmo/velocidade médios dos corredores no mundo (6:22 min/km) e no Brasil (6:48 min/km).
Por que a corrida conquistou o mundo?
A corrida, como atividade esportiva, oferece benefícios significativos que vão além do condicionamento físico. Ela é reconhecida por proporcionar melhorias na saúde mental, redução do estresse e aumento da resiliência psicológica.
No Brasil, essa prática ganha espaço não só pelos benefícios físicos e mentais, mas também pela acessibilidade, uma vez que não requer equipamentos complexos ou dispendiosos. Com a indústria da corrida em expansão, eventos e maratonas estão se tornando cada vez mais populares, fomentando comunidades de corredores e aumentando o interesse por essa atividade.
Texto: Talissa Lucas