Por: Andieli Dias
O dia 3 de agosto marca a celebração do Dia do Capoeirista, data instituída em 1985 para homenagear a rica história e a importância cultural da capoeira no Brasil, arte marcial, que combina dança e luta e que possui raízes na resistência dos povos negros escravizados.
Em Encantado, o mestre de capoeira Igor Gonçalves sublinha a importância da capoeira em sua vida pessoal e profissional. Com mais de duas décadas de experiência e títulos em competições nacionais e internacionais, Gonçalves destaca a relevância da prática para sua trajetória e para a comunidade local.
“Sou grato a tudo o que esse esporte tem me proporcionado. Competir no maior festival de samba em Coburgo, na Alemanha, representar minha cidade em campeonatos onde a capoeira é pouco vista, e ter vivido 10 anos na Europa foram experiências proporcionadas pela capoeira”, relatou Gonçalves.
Foi através da capoeira que o educador físico realizou o sonho de conhecer o Quilombo dos Palmares, uma comunidade formada por negros escravizados que buscaram refúgio e lutaram pela liberdade. Zumbi dos Palmares, um dos líderes mais conhecidos desse quilombo, é frequentemente associado à prática da capoeira, que se desenvolveu como uma forma de resistência e expressão cultural.
“Foi uma coisa incrível. Posso dizer que talvez tenha sido um dos dias mais emocionantes da minha vida ter estado lá, nas raízes desta arte”, afirmou o educador.
Para valorizar a capoeira e combater o preconceito histórico associado à prática, o capoeirista realiza atividades pedagógicas com crianças, destacando os aspectos educativos da arte. No entanto, Igor ressalta que a luta para transformar essa percepção é constante, e qualquer deslize pode impactar o progresso alcançado.
“Tem bastante capoeiristas aqui na região. E assim como em qualquer outro segmento tem os bons, tem os maus, têm os que fazem por amor, tem os que fazem por status. Por isso, tem que saber o que e onde procurar” disse.
O professor recomenda que, mais do que na formação de capoeiristas profissionais, a prática deve focar nos benefícios, como a coordenação, socialização, concentração e disciplina.
“A capoeira me trouxe disciplina, autoconfiança e a chance de conhecer outras culturas. Escolhi essa trajetória profissional, mas sempre digo aos meus alunos que é essencial estudar e absorver o melhor da capoeira antes de decidir seguir nessa área.”